terça-feira, 2 de agosto de 2011

Alckmin: seis meses de muitas promessas e nenhuma grande meta


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Geraldo Alckmin
Lá se foram sete meses de governo Geraldo Alckmin em São Paulo. Até agora, porém, o que vimos foram promessas renovadas, algumas anunciadas com muita pirotecnia, mas nada da efetiva solução para os problemas que atingem o mais rico Estado brasileiro. Velhos problemas, aliás, porque o PSDB governa São Paulo não há seis meses, mas há mais de 16 anos.
Em abril, você se recorda, divulgamos neste blog um balanço realizado pela liderança do PT paulista sobre 100 dias da administração Alckmin (leia mais). O documento apontava um contigenciamento de R$ 1,78 bi no orçamento do Estado às custas de cortes pesados (R$ 733 milhões) nos investimentos de empresas públicas. Só o Metrô teve corte de R$ 303 milhões, a CPTM de R$ 196 milhões e a EMTU, R$ 20 milhões.


A política de cortes e de forte arrocho salarial do governo Alckmin atingiu áreas vitais do Estado como a Habitação (corte de aproximadamente R$ 200 milhões, Transportes Metropolitanos (R$ 830 milhões) e Transportes (R$ 304 milhões). Tivemos, ainda, uma queda de 66% na expansão das FATECs e a perda de quase R$ 80 milhões no ensino técnico. Sem falar do arrocho salarial que provocou o descontentamento geral por parte do funcionalismo público. Soma-se a isso a forte centralização e a falta de transparência do atual governo tucano.
De abril até agosto, a situação se agravou, segundo o deputado estadual Enio Tatto. Líder da bancada do PT na Assembléia paulista, Tatto aponta como marcas principais do primeiro semestre de Alckmin em sua nova gestão à frente de São Paulo a instabilidade motivada por brigas internas do PSDB, e a paralisia governamental fruto da total falta de planejamento dos tucanos.
A situação piorou em várias áreas"Houve uma flagrante desidratação da gestão do ex-governador José Serra", avalia Tatto citando a demissão de secretários, anúncios de auditorias nos contratos de terceirização de serviços e paralisação de obras do governo tucano anteriores. Na prática, porém, o parlamentar considera que, em termos de orientação, temos uma continuidade das administrações tucanas, embora Alckmin tenha a pretensão de imprimir a seu governo a marca do novo. "Não há grandes metas, apenas grandes promessas", afirma. Um exemplo clássico é a duplicação da rodovia dos Tamoios. "Ela foi prometida em várias campanhas e é anunciada desde que Alckmin foi governador pela a primeira vez", ressalta. Alckmin, no entanto, já se encontra em seu terceiro mandato. Tatto cita ainda o programa "governo itinerante" como "mais uma forma de abafar os reais problemas do Estado".Na sua avaliação, nos últimos seis meses, São Paulo viveu sob total descontrole na área de segurança pública. O deputado cita episódios como o arrombamento de caixas eletrônicos por policiais e o acirramento da briga entre as polícias militar e civil por conta de decisões da gestão Alckmin. O líder petista ressalta, também, o fechamento de delegacias no Estado o que permite, inclusive, a manipulação de dados quanto à diminuição no número dos boletins de ocorrência.A violência não diminuiu e fecharam delegacias"A violência não diminuiu", afirma Tatto. Em junho, pela estatística divulgada pela própria Secretaria de Segurança Pública, o Vale do Paraíba foi a região mais violenta do interior do Estado, registrando o dobro de homicídios em comparação com o mesmo período de 2010.Quanto aos transportes, o parlamentar lembra que a secretaria dos Transportes Metropolitanos foi a mais afetada para prejuízo do sistema CPTM e, sobretudo, para as obras na Linha Lilás do metrô. "Agora, depois de seis meses, eles querem retomar essas obras, mas por cima de um verdadeiro loteamento que fizeram dessas linhas", afirma Tatto.Leiam, também, o post abaixo Falta de planejamento prejudica São Paulo. Foto: Antonio Cruz/ ABr

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