sábado, 13 de agosto de 2011

Do Pecém para o mundo

Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior. Memorialista e Fernando Andre Pereira Cartaxo de Arruda. Sociólogo cartaxoarrudajr@gmail.com  e fcartaxoarruda@gmail.com
Com a colaboração da Fortbanca de revistas do Gilberto Barros.
Ouvindo a viril determinação, coragem e segurança, sob o deslumbrante sol do Ceará, das palavras da presidenta Dilma, no porto do Pecém, inaugurando a maior esteira de minério da América, me vêm a mente a primeira coisa que li do Emir Sader no facebook, semana passada: “ Preparem-se, acabo de ouvir da Miriam Leitão que a economia mundial esta acabando de atravessar a crise. Fiquem prevenidos que com certeza vem muitas tormentas por ai”. Para bom entendedor, meia palavra basta.
A Dilma afirma peremptoriamente na Terra da Luz que o Brasil está preparado para enfrentar a crise com um trilhão em caixa, mais que o dobro do que tínhamos quando enfrentamos a crise econômica de 2008, que o presidente Lula venceu fazendo marolinha dela. E picadinho do pig que teimava em denegrir o projeto Lula de enfrentamento à crise.

Agora Dilma responde novamente propondo crescimento, consumo e emprego. Sendo a crise em 2008 só o esboço do que enfrentamos hoje. Neste instante um tsunami derruba a credibilidade da maior economia do mundo, a dos EUA. E isso não é pouca coisa não. Sem dúvida não vai dar para Dilma fazer marolinha dela. Mas não custa tentar tem a seu favor a autoestima, ufanismo que resgata o gigante adormecido em berço esplendido, acordando-o em direção do desenvolvimento econômico para implantar o país do futuro...
A hercúlea tarefa de Dilma é essa e em meio ao caos econômico financeiro mundial o Congresso brasileiro é paralisado porque o maior partido da base aliada, o PMDB, quer carta branca para manter a corrupção! A eclosão de focos de corrupção no governo não pode ser tratado com chantagem. O preço da estabilidade e credibilidade do governo Dilma não será obtido com a impunidade negociada. Seu caráter na Presidência do Brasil, não permite isso. Será que eles não percebem a inutilidade em buscar a impunidade, utilizando a canalhice de sempre? A Dilma não vai empurrar com a barriga, esquecer e muito menos dizer que não viu. Deixar passar em branco no paz e amor. Isso não.
De um lado, a crise econômica mundial, a exigir o aquecimento do mercado interno e a intensificação das metas de desenvolvimento e investimento na infra-estrutura. De outro, a crise ética de grupos dirigentes que ocupam espaços no poder. A crise econômica mundial não pode ser usada para que a impunidade e o mercado fisiológico da política atuem livremente. O jogo de chantagem dos partidos da base aliada é o maior empecilho a ser vencido no momento. Virar esta página, ceder à chantagem, pode ser tiro no pé. A Dilma vive sob a pressão permanente dos interesses menores da política, que quer impor o velho jogo das cartas marcadas, do toma-lá-dá-cá. O pragmatismo que rompe com todos os princípios republicanos e programáticos do governo é tentativa de golpe no que a Dilma procura construir. E vai conseguir.
E num momento crucial da economia e da política mundial. Se para Obama pode funcionar dizer que a crise não é de Estado e sim uma crise Política. E digo, não vai funcionar lá, pois a crise é global. Aqui no Brasil, a economia vai bem dentro da medida do possível, sendo a crise de natureza política de fato maior, grave e prioritária, pois os políticos, muitos deles criminosos, lutam para permanecer na lama. A margem da dignidade que deveriam exercer como eleitos. Se locupletando e fortalecendo-se às custas dos direitos humanos usurpados, conquistados e degradados, degenerados... como é o caso do dinheiro das merendas estudantis surrupiadas e o dos banheiros para a população de baixa renda e de mais degeneração que esta por vir feita com o dinheiro publico para satisfazer interesses privados antihumanitários. Paralisam o congresso e ameçam votar matérias aumentando mais os gastos públicos, o que é trágico para economia brasileira.
Economicamente o Brasil tem combatido à crise mundial, sendo criticado pelos interesses dos vendilhões da pátria a reclamar da nossa ajuda a África e do perdão da dívida dos países vizinhos. Esquecem de propósito que o Brasil ajuda a todos os países do mundo, até ao berço da democracia ocidental, a Grécia, na atual crise econômica. A muito, as bolsas de todos os países do mundo estão fechando em baixa. E a nossa Bovespa não sofre muito da anunciada recessão mundial que grassa nos países do primeiro mundo. Aqui na terra da Dilma o que diminui é o desemprego, ao contrário de lá onde o desemprego só aumenta. O Brasil resiste e só aumenta a riqueza. O país passou de devedor, a credor do FMI. E isso não sai nos jornais.
Para evitar que o caos seja maior do que eles fazem parecer é preciso regular a mídia. Não é censura, mas controle social que garanta dignidade da informação e pluralidade de opiniões. Chega do velho monopólio conservador, da manipulação orquestrada pelos interesses das elites retrogradas.

Um comentário:

Anônimo disse...

A crise não está aquí e nem alí. Ela estará rondando eternamente nas emoções da humanidade. Onde estiver um homem ou uma mulher, lá estarão seus interesses e as suas dúvidas. O capital circula e com êle as preocupações. Quem tem muito está querendo mais e quem tem pouco, mal dá para viver. Muitos estão surrupiando os cofres públicos e outros estão tomando na mão grande. O homem é êle e as suas circunstâncias. Cada pessoa precisa ter o real discernimento da sua situação. Tomar decisões inteligentes, pautadas na sabedoria da receita e da despesa. QUEM GASTA MENOS GUARDA MAIS E VIVE SEGURO NA SOBRIEDADE !!