Gerson Camarottig, O Globo / Extra
BRASÍLIA - A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, repudiou nesta quinta-feira a rebelião da base aliada, que paralisou as votações na Câmara por causa da demora na liberação de emendas. Cobrou responsabilidade do Congresso e disse que a opinião pública não aceitará esse comportamento. Na quarta-feira, em São Paulo, horas após os aliados anunciarem a “greve branca”, a presidente Dilma Rousseff esteve com o ex-presidente Lula, que a aconselhou novamente a ter um contato mais permanente com a base, especialmente o PMDB:
- A presidente já está fazendo muito isso, conversando com os aliados e, principalmente, com o vice-presidente Michel Temer. E fará cada vez mais - disse Ideli.
Como o Planalto recebeu a retaliação dos aliados?
IDELI SALVATTI: Com a gravidade da crise econômica internacional, não se pode admitir que o Congresso ouse e tente fazer no Brasil o que o Congresso americano fez diante da crise nos Estados Unidos. Temos que ter responsabilidade. O objetivo é blindar o Brasil. Todas as questões têm importância, mas, neste momento, a prioridade é proteger o emprego e a renda, os interesses do povo brasileiro. Não podemos gastar energia com outras questões. Os líderes e partidos aliados precisam entender isso.
Como convencê-los disso?
IDELI: Todos temos que ter responsabilidade com o momento. A própria opinião pública tem entendimento de que, nesta crise econômica, não é adequado o Congresso ficar paralisado. As pessoas não vão aceitar esse comportamento. Querer piorar a condição fiscal é inadmissível.
Como diminuir a insatisfação na base?
IDELI: Não vou mais aguardar consenso para empenhar R$ 1 bilhão em emendas, já garantido pela Fazenda. Vou começar imediatamente a empenhar o que tenho, até para diminuir a insatisfação. Não vamos desconsiderar pleitos legítimos das emendas e da disputa por espaço no governo. Mas nada disso pode atrapalhar o foco principal, a blindagem do Brasil frente à crise.
Mas os aliados exigem um cronograma de empenho das emendas até o final do ano.
IDELI: Nas negociações, a base escolheu a opção mais difícil: a prorrogação dos restos a pagar de obras não iniciadas. A presidente resistia. Consegui prorrogar o decreto, mas, pelo acordo, novos empenhos só sairiam em setembro. Mesmo assim, o ministro Guido Mantega me autorizou R$ 1 bilhão para empenho. Mas eles (parlamentares) não aceitaram. Agora, fazem paralisação de votações!
Essa retaliação dos aliados é resultado também da insatisfação com as denúncias envolvendo os ministérios?
IDELI: Se está sendo difícil para o PR e o PMDB, também está sendo difícil para os demais partidos. Foi difícil quando o (Antonio) Palocci caiu. Mas o comportamento da presidente Dilma é o mesmo: os ministros têm todo o apoio e são os responsáveis pelas providências e explicações. Foi assim com o Palocci, com o Alfredo (Nascimento), com o (Wagner) Rossi, o (Mário) Negromonte e o (Pedro) Novais.
4 comentários:
Cada eleitor que elegeu o seu deputado federal ficará atento às próximas eleições, caso êles traiam seus votos e cobrem pedágio do governo. VAMOS PRESTAR ATENÇÃO !!!
Anônima disse: É ISSO MESMO, vamos ficar atentos e cobrar daqueles que querem manter o velho esquema do'toma lá, dá cá'. Dilma foi eleita para botar ordem na 'casa brasil' e fará o que já vinha fazendo desde o governo Lula: política séria e administração austera. Os parlamentares ainda não entenderam que os tempos são outros e que a presidência tem um novo comando?
Ideli tem café no bule !
É isso aí, Ideli. Não dá papo pra eles, não. Dilma não era um poste? Então. nunca vi poste criando problemas. Pra gente tá tudo certo pq o Lula já tinha dito que a chapa com ela esquentava e foi POR ISSO MESMO que o Brasil ficou com Dilma e ainda está. QQ coisa, se o bagulho ficar doido, como dizem aqui na minha terra, é só ameaçar chamar aquela senhora Jane ( acho que é isso ), que fica tudo quieto. Sou pela imediata cooptação de D. Jane.
Obs. A D. Jane, era uma senhora que fornecia meninas de programa pro povo e que, qdo foi citada numa daquelas fatáidicas CPI's, deixou todo mundo alvoroçado.
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