Zé Dirceu: Não faltaram vozes para denunciar a matéria da Veja deste final de semana, a qual traz ridículas inverdades a meu respeito. Entre elas, os líderes da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e na Câmara, Paulo Teixeira (SP), além do deputado Emiliano José (PT/BA) e de Eduardo Siqueira Campos, secretário estadual de Planejamento do Tocantins. Todos reagiram, também, à forma como agiram os repórteres da publicação, com duas tentativas de invasão ao meu quarto de hotel e a captação clandestina de imagens, bem ao estilo do extinto tablóide The News of the World, de Rupert Murdoch. (Leia mais neste blog)
A prática da revista recolocou em discussão os limites de iniciativas de órgãos de imprensa danosas à imagem de pessoas públicas, a partir de acusações vazias, falaciosas, infundadas. “Não se trata de cercear a liberdade de expressão, como muitos procuram tergiversar”, afirmou o senador Humberto Costa.
“Trata-se, isto sim, de pôr fim a eventos como o produzido, no último final de semana, pela revista Veja, em prejuízo aos limites da ética jornalística”, alegou o senador. Para Costa, a tentativa de a revista “criar um clima negativo entre os integrantes da base aliada ao governo Dilma Rousseff” é descabida.
"Veja flertou com o crime"
Alguns depoimentos foram ainda mais enfáticos. “Veja extrapolou. Flertou com o crime”, disse Emiliano José em seu pronunciamento ontem, na Câmara. Para ele, o caso exige a regulamentação dos artigos da Constituição referentes à comunicação. “(É preciso) garantir a emergência das muitas vozes silenciadas país afora. Temos falado sobre os descaminhos, os erros crassos da imprensa, e os climas artificiais de crise que são montados, face à posição da maioria dos grandes grupos midiáticos”, denunciou o deputado.
Também, Paulo Teixeira criticou em nota o “jornalismo” praticado pela Veja. Ele lembrou que a revista já teria sofrido uma condenação judicial na semana passada, acionada pelo deputado Vicentinho (PT-SP). A 13ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou a publicação, em processo de injúria, calúnia e difamação, a conceder-lhe direito de resposta.
O deputado ressaltou que, na mesma semana, a revista apareceu também no Wikileaks. Documentos da embaixada dos Estados Unidos avaliavam como “um exagero e uma manobra política” a reportagem da Veja sobre o suposto financiamento de campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores pelas FARC. “Para completar o período curto de uma semana, a revista se envolve em uma série de crimes, como o de quebra de privacidade contra o dirigente petista José Dirceu”, frisou o congressista.
"Não me vejo nesta intriga"
Outro que publicou nota contra a matéria de Veja foi Eduardo Siqueira Campos, secretário estadual de Planejamento do Tocantins, um dos citados na matéria contra mim, neste final de semana. Ele ressalta ser um interlocutor de muitos líderes de diferentes partidos, posição da qual muito se orgulha. “Aprendi a ter amizade e respeito pelas pessoas, independente de cores partidárias”, diz ele comentando suas conversas comigo. “Li a reportagem sobre uma suposta trama que pretende desestabilizar e derrubar o Governo Dilma. Sinceramente, não me vejo nesta intriga”, concluiu ele.
Aproveito para, mais uma vez, agradecer aqui as inúmeras mensagens de solidariedade e apoio, além dos artigos de blogueiros que denunciam o achincalhe público a que tenho sido alvo por parte da Veja.
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