Por Blog do Miro
Por Maurício Dias, na CartaCapital:
Os movimentos mais recentes dos principais nomes do PSDB, o mais expressivo partido de oposição em termos numéricos e políticos, armam um cenário de isolamento do ex-governador paulista José Serra no ninho tucano.É possível supor, com base em argumentos consistentes, que o governador paulista Geraldo Alckmin, o senador Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fizeram um pacto contra as ambições políticas de Serra de se apresentar para a disputa presidencial de 2014, após ser derrotado em 2002, por Lula, e em 2010, por Dilma.Para isso, a própria presidenta dá, talvez com malícia, oportuna contribuição.FHC deixou-se aproximar de Dilma, embora tente ardilosamente empurrá-la para uma cruzada udenista-moralista que ele próprio, em dois governos, evitou pelas mesmas razões que Dilma evita agora. Alckmin mantém uma relação administrativamente pacífica com o governo federal e se beneficia eleitoralmente desses vínculos. O senador Aécio Neves, além de pavimentar o caminho administrativo de Antonio Anastasia, sucessor dele no governo de Minas, constrói um discurso próprio e de oposição moderada, oposto ao radicalismo de Serra.Ambos estão de olho na eleição presidencial de 2014. Um exemplo comparativo na diferença de tom.Serra, em Florianópolis, no mês de junho, atacou: “Temos um governo que não sabe para onde vai, não sabe o que quer e nem sabe fazer acontecer aquilo que não sabe direito que quer fazer”.
Aécio, em reunião com empresários mineiros, no dia 19 de agosto, ponderou: “Denunciar os malfeitos, cobrar resultados (…) mas ter a capacidade, a grandeza para se sentar à mesa com o governo para discutir, por exemplo, as grandes reformas que aí estão inconclusas”.Ressalte-se: “Malfeito” o senador mineiro pegou emprestado do discurso de Dilma. Ela evita possíveis efeitos colaterais da palavra corrupção na base do governo.FHC, ao lado de Aécio, deu sustentação a essa linha: “É hora de buscar convergências”.Convergências externas. No PSDB, no entanto, divergências.Serra reitera que está “longe” de se “aposentar”. É um dos políticos mais atuantes no universo virtual. Mantém no Twitter um estimulante número de seguidores: quase 700 mil. Ele aposta no tudo ou nada. Ou seja, no fracasso da política econômica de uma forma que traga desprestígio popular para Dilma.Preferencialmente, Aécio Neves segue a picada ancestral dos mineiros: ora morde, ora assopra. Encontrou um tom próprio, embora possa também se beneficiar em caso de fracasso da economia. Mas ele amplia o discurso quando fala em reformas, que Lula não fez e que Dilma terá problemas para fazer se a aprovação do governo declinar.O calendário eleitoral municipal de 2012 é parte importante nesse contexto.Aécio tem mandato de senador de oito anos, iniciado agora. Costura uma ampla coligação partidária em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do País. Flerta com Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, o terceiro maior colégio eleitoral, e com Eduardo Campos, governador de Pernambuco. É fraco em São Paulo, mas cultiva a simpatia de Alckmin.Serra não tem mandato. Com muito risco poderia fazer um trampolim na prefeitura paulista. Essa possibilidade assusta o PT. Em 2004, ele valeu-se de um recall da derrota presidencial de 2002 e venceu a petista Marta Suplicy para a prefeitura e, em seguida, tornou-se governador de São Paulo. É uma trilha conhecida.
http://correiodobrasil.com.br/tucanos-se-unem-para-isolar-serra/292571/
Aécio, em reunião com empresários mineiros, no dia 19 de agosto, ponderou: “Denunciar os malfeitos, cobrar resultados (…) mas ter a capacidade, a grandeza para se sentar à mesa com o governo para discutir, por exemplo, as grandes reformas que aí estão inconclusas”.Ressalte-se: “Malfeito” o senador mineiro pegou emprestado do discurso de Dilma. Ela evita possíveis efeitos colaterais da palavra corrupção na base do governo.FHC, ao lado de Aécio, deu sustentação a essa linha: “É hora de buscar convergências”.Convergências externas. No PSDB, no entanto, divergências.Serra reitera que está “longe” de se “aposentar”. É um dos políticos mais atuantes no universo virtual. Mantém no Twitter um estimulante número de seguidores: quase 700 mil. Ele aposta no tudo ou nada. Ou seja, no fracasso da política econômica de uma forma que traga desprestígio popular para Dilma.Preferencialmente, Aécio Neves segue a picada ancestral dos mineiros: ora morde, ora assopra. Encontrou um tom próprio, embora possa também se beneficiar em caso de fracasso da economia. Mas ele amplia o discurso quando fala em reformas, que Lula não fez e que Dilma terá problemas para fazer se a aprovação do governo declinar.O calendário eleitoral municipal de 2012 é parte importante nesse contexto.Aécio tem mandato de senador de oito anos, iniciado agora. Costura uma ampla coligação partidária em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do País. Flerta com Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, o terceiro maior colégio eleitoral, e com Eduardo Campos, governador de Pernambuco. É fraco em São Paulo, mas cultiva a simpatia de Alckmin.Serra não tem mandato. Com muito risco poderia fazer um trampolim na prefeitura paulista. Essa possibilidade assusta o PT. Em 2004, ele valeu-se de um recall da derrota presidencial de 2002 e venceu a petista Marta Suplicy para a prefeitura e, em seguida, tornou-se governador de São Paulo. É uma trilha conhecida.
http://correiodobrasil.com.br/tucanos-se-unem-para-isolar-serra/292571/
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