quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Descanse em paz, DEM

“Encolhendo a cada eleição, o partido que deveria sustentar a bandeira do conservadorismo no Brasil leva seu golpe de misericórdia com a criação do PSD de Gilberto Kassab, que lhe tomou, entre outras coisas, 17 deputados e o posto de sexta maior bancada da Câmara Federal
Evam Sena e Rodolfo Borges, Brasil 247
O Democratas tentou. Em 28 de março de 2007, o antigo PFL foi refundado com novo nome, Democratas, e prometia recuperar o protagonismo da década de 1990, quando o ex-senador Marco Maciel ocupou a vice-Presidência da República do governo Fernando Henrique Cardoso, mas a relutância em sustentar as bandeiras do liberalismo e do conservadorismo em um país governado há nove anos por partidos historicamente de esquerda enfraqueceu a legenda, que recebe sua pá de cal com a fundação do PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
O ocaso do DEM começou com o fim do governo Fernando Henrique, mas pode ser localizado simbolicamente no dia 7 de maio de 2008, quando o senador Agripino Maia (hoje presidente nacional do partido) botou em questão a índole da então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff logo na abertura de reunião da Comissão de Infraestrutura do Senado, baseado no relato de que Dilma mentiu sob tortura durante a ditadura (assista ao vídeo). “Me orgulho muito de ter mentido, senador. Porque mentir na tortura não é fácil”, respondeu a hoje presidente Dilma, sob aplausos – para o constrangimento de Agripino e de toda a oposição –, fortalecendo, naquele momento, a candidatura que venceria as eleições presidenciais de 2010.

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