Manifestantes protestam contra presidente da Câmara de Vereadores, João Cláudio Derosso (PSDB)
Foto: Roger Pereira/Especial para Terra - Roger Pereira - Direto de Curitiba
Cerca de 400 pessoas ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a movimentos estudantis invadiram, por volta das 10h15 desta quarta-feira, a Câmara Municipal de Curitiba (PR). Os manifestantes cobram a cassação do mandato do presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), acusado de irregularidades nos contratos de publicidade da Câmara - que beneficiaram a agência de sua mulher, Cláudia Queiroz Guedes -, nepotismo e contratação de funcionários fantasmas.
A invasão ocorreu minutos antes da realização da primeira reunião de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para investigar as irregularidades, marcada para as 10h30, mas que atrasou por conta do tumulto. Na CPI, serão ouvidos nesta quarta-feira os integrantes da comissão de licitação da Casa, que explicarão como ocorreu o processo de contratação da agência de Cláudia Queiroz. A reunião começou por volta das 11h, após o presidente da CPI, Emerson Prado (PSDB), negociar com representantes dos manifestantes a desocupação da Câmara. Ele garantiu a participação de 30 pessoas como ouvintes da reunião.
A agência Oficina de Notícias participou de licitação para divulgação das ações da Câmara quando Cláudia ainda era funcionária da Casa, o que é vedado pela Lei de Licitações (8.666), mesmo pedindo exoneração após vencer o certame. O contrato, inicialmente de um ano, recebeu aditivos, sendo prorrogado até 2010, sendo que, na época dos aditivos, em 2007 e 2008, Derosso já tinha um "relacionamento afetivo", como disse em depoimento, com a proprietária da agência.
O Conselho de Ética da Câmara já concluiu relatório sobre o caso, votando, por 3 votos a 2, pela suspensão de Derosso por 90 dias. Os outros dois votos foram pela cassação do mandato. Após a aprovação do relatório, Derosso apresentou defesa por escrito e uma comissão processante está analisando se encaminha o pedido de suspensão ao plenário ou o arquiva.
"Estamos aqui para mostrar que não vamos deixar cair no esquecimento. A sociedade está acompanhando e quer ver as medidas sendo tomadas. Pelos trâmites desta suspensão, isso, se acontecer, só vai acontecer no final do ano. E não queremos suspensão, queremos a cassação do mandato dele", disse o presidente da CUT no Paraná, Roni Barbosa. Especial para Terra
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