Por DiAfonso
A senhora no vídeo abaixo ["senhora" é força de expressão, pois a forma como ela se reporta a todos os envolvidos no episódio não merece tal tratamento] é o que se pode considerar a "arrogância ambulante". Parece que o seu suposto dinheiro e riqueza infestou tanto sua alma que a cegou para princípios básicos nas relações sociais e interpessoais: respeito e tolerância.
Pensa ela que a força de seu suposto status econômico lhe confere "autoridade" para desacatar e ameaçar de morte policiais que exerceram dignamente o seu papel, ao dar voz de prisão a essa "senhora". Isso é alentador, se relembrarmos episódios em que policiais são invariavelmente truculentos, "marginais" e se posicionam a favor dos que podem, quando não se consideram acima da lei.
Pensa ela que a força de sua abastança material lhe dá "direito" a constranger, humilhar e relegar a "lixo" um ser humano portador de necessidades especiais, ainda que não tivesse essas necessidades. Muito me comove ver a cena em que o deficiente físico se afasta do campo de visão da câmara. Ele parece assustado e o que lhe vai na alma não se pode inferir, contudo é possível imaginar algo como impotência diante de um mundo de injustiças.
Não duvidem de que aparecerá algum figurão a clamar por piedade, pois a "senhora" se portara daquele jeito porque toma medicamentos controlados e coisa e tal. Médicos da família darão seus pareceres técnicos atestanto a causa do "transtorno" apresentado pela "senhora" e todos [os que têm poder econômico e se envolveram no episódio] irão para seus palacetes e dormirão em paz.
Quanto aos policiais... Ganharam os aplausos e o respeito da sociedade [enquanto agentes públicos, não fizeram nada mais do que seu papel], mas poderão sofrer a mão pesada dos que podem mais [lembram-se da última campanha presidencial? A intolerância contra nordestinos, gays e outros grupos sociais?]. E os que podem mais deverão "solicitar" a transferência desses policiais para outros postos em represália por eles terem dado voz de prisão à mãe, à avó, à tia [ou seja lá o grau de parentesco] daquele que pode mais.
E a vítima? Será assistida juridicamente? O fato de ser deficiente e pobre conspirará contra a restauração de sua dignidade ofendida? Já vimos tanto esse filme... Já sabemos tanto como é o final...
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