A Câmara de Jandira, na Grande São Paulo, afastou ontem a prefeita Anabel Sabatine (PSDB), em meio a uma onda de denúncias de desvios de recursos em sua administração. Por seis votos a quatro, os vereadores decidiram tirar Anabel do cargo. Ela pode ir à Justiça para tentar liminarmente retomar o cargo.
No lugar da tucana fica o presidente da Câmara, vereador Wesley Teixeira (PSB).
Anabel assumiu a prefeitura em dezembro, no lugar de Braz Paschoalin (PSDB), prefeito assassinado a tiros. A polícia concluiu que Paschoalin foi vítima de uma organização que pretendia tomar o poder municipal. Entre os suspeitos pela morte do tucano estão dois ex-secretários municipais, de Habitação e de Governo.
Para investigar suposto esquema de corrupção no governo Anabel, a Câmara instalou uma Comissão Especial de Inquérito. O vereador Zezinho do PT preside a comissão. "A corrupção em Jandira é um câncer", ele afirma.
Contra a comissão, a prefeita foi à Justiça e pediu trancamento da investigação por meio de mandado de segurança. Não teve êxito. A juíza Camile de Lima e Silva Bonilha, da 2.ª Vara de Jandira, avalia que o requerimento da comissão indica fato certo.
Zezinho do PT afirma ter provas de que a prefeita fez compras superfaturadas e estaria usando recursos da educação e também verba destinada à vigilância sanitária para cobrir despesas com a folha de pessoal. Ele diz que a prefeita promove nepotismo e que ela adquiriu material de construção, inclusive 15 mil torneiras, "mas não existe uma única obra pública na cidade".
Anabel teria dirigido licitação para contratação de sítio ecológico em Araçariguama (SP) para levar 11 mil crianças a passeio. A prefeitura vai pagar R$ 78 por criança. As propostas seriam abertas ontem, mas no início do mês a Secretaria de Educação já havia preparado cronograma completo do passeio.
A prefeita não respondeu contatos da reportagem. Seu secretário de imprensa, Ronie Assunção, também não atendeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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