segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Revista usou recém-formado em jornalismo para espionar Dirceu




Eduardo Guimarães, Cidadania.com

“Eles já chegam desmotivados ao mercado de trabalho, quando não desistem do exercício da profissão de jornalista antes de se formar. São moços e moças que se decepcionaram com a extinção da obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercer a profissão, mas que, mesmo antes disso, já não tinham maiores perspectivas de trabalho, tal o nível de concentração de propriedade de órgãos de imprensa (escrita ou eletrônica) que há no Brasil.

O país, portanto, oferece escassas oportunidades de trabalho a jornalistas, o que faz com que os recém-formados, em boa parte, tornem-se “assessores de imprensa” ou, empregados, vendam a alma às poucas empresas jornalísticas que podem pagar salários dignos. Dessa maneira, a primeira coisa que esses jovens sacrificam é a ética profissional, na ânsia de se mostrarem “úteis” a chefes de Redação que põem na rua ou na geladeira quem não reze pela cartilha do patrão.

Valendo-se dessa disposição de muitos jornalistas novatos para venderem tudo ao empregador – inclusive a consciência –, esses impérios de comunicação estimulam os que chegam agora ao mercado de trabalho a praticarem atos desmedidos como o do jornalista da revista Veja Gustavo Ribeiro, que acaba de ser denunciado à Polícia Civil do Distrito Federal e à Polícia Federal por supostamente ter tentado invadir o apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel e por ter implantado, ilegalmente, escutas e câmeras no estabelecimento.

Ribeiro é a prova viva de que jovens jornalistas estão sendo estimulados pelos patrões a cruzar as fronteiras da lei para se credenciarem a subir na carreira. O rapazola se formou jornalista pela Universidade Católica de Brasília em 2009. De lá para cá, trabalhou três meses no jornal Correio Brasiliense e, atualmente, está trabalhando na Veja, onde tem um ano e nove meses de casa. Ou seja: é jornalista há míseros dois anos.”
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