Por Marcelo Migliaccio, do blog Rio Acima
Você viu o resultado final do exame no corpo da cantora Amy Whinehouse?
Não?
Eu vi, escondidinho num canto baixo de um desses sites de notícia. Nos jornais impressos, só o estadão deu na primeira página, mesmo assim com o menor tamanho de letra disponível. O Globo e a Folha, nem isso.
Não foi a heroína, a cocaína, o crack ou qualquer outra substância proibida e demonizada o agente químico que determinou o colapso fatal da melhor cantora surgida nos últimos, sei lá, 30 ou 40 anos.
O álcool a matou. Isso mesmo: overdose de álcool. Seus órgãos e seu sangue estavam encharcados de vodca.
No veredito dos legistas, está a razão para que a notícia fundamental no caso tenha sido escondida, quase sonegada pelos meios de comunicação de massa: a causa da morte.
Um contraste gritante com o alarde que fizeram quando ela foi encontrada morta, há uns dois meses. Editores salivavam nas redações imaginando o carnaval que fariam quando a substância ilícita fosse anunciada.Agora, o anticlimax. Amy morreu de beber, aos 27 anos. Nisso, ela difere de Hendrix e Janis Joplin.
A razão de mais essa derrapada da mídia é que o álcool é parceiro. Nos cofres das emissoras de TV, por exemplo, entram bilhões direto da conta de quem produz e vende bebidas alcoólicas.
E não fica bem para um sócio tão antigo e nobre ser associado em manchetes à morte de um ícone mundial cultuado também pelos adolescentes.
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