Ex-prefeito de Lavras (PDT), alcançado pela lei da ficha limpa devido a um processo por improbidade administrativa, ele foi candidato derrotado a deputado federal em 2010.
Pereira disse que não conhece Barbosa e acompanhou pela imprensa o escândalo da Caixa de Pandora, que provocou a prisão e afastamento do governador José Roberto Arruda, além do indiciamento de mais de 30 pessoas, entre políticos, empresários e altos dirigentes públicos envolvidos nas fraudes. A intenção do empresário é instalar no imóvel um escritório de representação ou a consultoria jurídica da empresa, de olho na expansão dos negócios no atrativo mercado imobiliário de Brasília.
“O único significado que vejo nesse negócio é comercial”, disse Pereira, para quem a Justiça do DF dá um exemplo a ser seguido no País. “O Estado tem que zelar pela coisa pública e todo bem adquirido de forma ilegal deve ser revertido para a sociedade”, disse. Pereira informou que a Dharma, criada há 40 anos, já atua em sete estados e vive momento de expansão. “Se a nossa saúde financeira não fosse boa, não arremataríamos esse imóvel a vista”, observou.
Operador do mensalão desde 1999, quando o governador era Joaquim Roriz (PMDB), Barbosa fez acordo de delação premiada e entregou ao Ministério Público mais de 30 vídeos em que políticos, entre os quais Arruda, aparecem embolsando propina desviada dos cofres públicos. Um dos políticos filmados foi a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), filha do ex-governador, inocentada em processo de cassação pelo plenário da Câmara no início deste mês.
O leilão do imóvel foi determinado pela 5ª Vara Criminal de Brasília. Avaliada em R$ 4,3 milhões pela perícia da justiça, a residência tem dois andares, amplo espaço para recepções, cinco suítes, piscina, churrasqueira e todo o conforto e segurança de um imóvel de alto padrão. O dinheiro da venda será transferido para a conta do governo do Distrito Federal, que já anunciou que vai investi-lo nas áreas de Saúde e Habitação.
Outros bens sequestrados pela Justiça em poder de operadores do esquema deverão ter o mesmo fim. Entre eles constam um empreendimento com 200 apartamentos e 80 lojas, um helicóptero, um jato executivo e R$ 47 milhões em contas correntes e dinheiro apreendido. O Ministério Público ainda não concluiu a listagem do total de bens, muitos em nome de laranjas, pertencentes a Arruda e outros envolvidos no esquema. (O Estado de S.Paulo, 29/9/11)
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