quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Brasil independente e a questão ambiental

“Sou favorável a uma política ambientalista que proteja o planeta ao tempo em que permita que os zoneamentos das áreas de agricultura e a exploração das florestas sejam efetuados, assim como seja instituída uma fiscalização constante e uma legislação rígida para o controle da exploração das matas e das terras agricultáveis”.
Por Davis Sena Filho
A questão ambiental no momento é o assunto que toma conta não somente dos fóruns apropriados às discussões, bem como nas mídias e na sociedade em geral em seu dia-a-dia. Os países deste planeta debatem os problemas do desmatamento, da poluição e do aquecimento global e apresentam propostas para tentarmos reduzir as emissões de gases poluentes, além de trabalharmos para frear a degradação dos oceanos, dos rios, das florestas e do ar.

Elaboram-se ainda projetos que visam equacionar os problemas das cidades, que procuram, por meio de suas prefeituras com o apoio de entidades civis, melhorar e aperfeiçoar suas infraestruturas e viabilizar o crescimento econômico de forma sustentável, de maneira que seja preservado o que restou de verde, além de efetivar o combate à poluição dos rios, dos córregos e das nascentes que ainda existem nos municípios brasileiros.
Além disso, buscam-se também novas políticas de preservação da natureza que ao mesmo tempo não prejudique os interesses dos países e seus governos que não podem parar, de repente, com o processo industrial, agrícola e comercial, o que seria um desastre, porque bilhões de pessoas poderiam ficar sem emprego, sem meios para se sustentar.
Por isso, sou favorável a uma política ambientalista que proteja o planeta ao tempo em que permita que os zoneamentos das áreas de agricultura e a exploração das florestas sejam efetuados, assim como seja instituída uma fiscalização constante e uma legislação rígida para o controle da exploração das matas e das terras agricultáveis. Não se pode remediar a questão do aquecimento global, que, se não for resolvida, daqui a alguns anos teremos de arcar com as conseqüências de nossas ações e atos em relação à saúde do planeta.
Considero também que é preciso deixar claro que os países ricos, os mais desenvolvidos, podem e devem arcar com suas responsabilidades, pois são os maiores poluidores do mundo, com destaque para os Estados Unidos, país este que se recusou a assinar o Protocolo de Kioto, o que atrasou, e muito, o combate ao aquecimento global e suas conseqüências, retratadas na degradação da natureza, principalmente no que concerne ao desmatamento desenfreado, à poluição das águas e do ar e ao derretimento dos espaços gelados do planeta terra.
Defendo, portanto, que o Brasil, em vez de esperar que os países ricos tomem alguma atitude em razão do aquecimento global, que tome as rédeas desse processo, no que tange à sua responsabilidade, e coloque em prática programas que combatam o desmatamento e as queimadas, que são a principal causa de poluição do Brasil, que o coloca entre os vinte países que mais poluem no mundo, porque a ação das queimadas no País é avassaladora, principalmente nos estados brasileiros do Centro-Oeste e do Norte, o que contribui muito para o efeito estufa.
Precisamos, urgentemente, de um projeto que torne viável iniciativas que possam levar os governos a cooperar entre si, no sentido de proteger os últimos biomas existentes na terra como, por exemplo, a Amazônia, o cerrado, as florestas tropicais africanas, a savana, a tundra e a taiga. A espécie humana não pode colocar acima de tudo o lucro a qualquer custo e almejar a riqueza material e financeira como se fosse a única proposta de vida que as sociedades possam vislumbrar para suas existências e para a construção do futuro.
É imperativo para o Brasil resolver seus problemas no campo da preservação ambiental, independente das propostas que vão ser aceitas ou não pelos governos, no que é relativo à preservação do planeta. Temos de dar o exemplo, porque ainda temos diferentes ecossistemas, com imensa riqueza e biodiversidade sem igual e por isso precisamos de políticas públicas que se insiram no contexto mundial ao tempo em que seja preservada nossa independência, no que se refere deixarmos claro que somos parceiros, conquanto, entendemos e sabemos que os biomas, os ecossistemas existentes no Brasil têm de, indubitavelmente, ser administrados sob o controle de brasileiros, com a cooperação sempre bem-vinda de estrangeiros, notadamente aqueles que têm interesse que o Brasil se torne um exemplo a ser seguido. Nossa independência e autonomia — ressalto — jamais poderão ser negociadas ou entrar em questão. Isto está fora de cogitação.
Para todas essas intenções se realizarem é necessário também que tenhamos metas educacionais a serem alcançadas e concretizadas. Precisamos de um novo modelo para nossa indústria automobilística, no sentido de criarmos tecnologias que transformem os automóveis em veículos menos poluentes, com a finalidade de diminuir a quantidade de gases que acarretam o efeito estufa na atmosfera. Precisamos ainda limitar, de forma séria e rígida, a poluição das fábricas, que jogam seus dejetos industriais nos rios e nos mares, sem, no entanto, preocuparem-se em adquirir novas tecnologias e procedimentos que viabilizem que o lixo produzido seja muito menos poluente.
Além disso, considero que os biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, são as soluções mais viáveis para que os países tenham o controle maior da poluição. Os combustíveis renováveis são energias não poluentes, preservam o meio ambiente e têm custos menores, no que concerne à sua fabricação. O Brasil é o País mais adiantado no que tange ao domínio dessa nova tecnologia. Precisamos divulgar nossa condição de controladores dessa matriz energética, que um dia vai ser utilizada pela maioria dos países e com isso colocar o Brasil em uma posição de liderança no mundo, fato este que vai se concretizar mais cedo ou mais tarde.
Para finalizar, sugiro que as escolas de base, públicas e privadas, deveriam ter, obrigatoriamente em seus currículos, matérias que informam e conscientizam os alunos, desde cedo, a compreender que o planeta Terra depende, para sua sobrevivência, ser respeitado pela espécie humana, pois, do contrário, o nosso mundo não vai suportar tanta poluição e degradação por causa da irresponsabilidade e da ganância dos homens. O consumo tem de ser refreado para que possamos, em um futuro próximo, recuperar parte do planeta que já está destruído. Entretanto, a educação para que se respeite o planeta começa em casa. É isso aí.
Leia Davis Sena Filho também no JB

Nenhum comentário: