Por Marcelo Migliaccio, do Blog Rio Acima
Quanto vale uma acusação sem provas hoje em dia?
Segundo Daniel Almeida Tavares, ex-funcionário do laboratório União Química, as deputadas distritais Celina Leão (PSD) e Eliane Pedroza (DEM) lhe ofereceram R$ 400 mil e mais uma mesada durante um ano para que acusasse o governador Agnelo Queiroz (PT-DF) de ter recebido propina do laboratório. As deputadas negam. E a grande imprensa esconde.
Tavares fez a afirmação no programa Balanço Geral, da TV Record de Brasília, mas a mídia oligárquica, monopolista e tendenciosa não deu a menor bola. Sempre a postos para reverberar "denúncias" que manchem a imagem do governo federal e do PT, a nossa grande imprensa praticamente ignorou as declarações.
O jornal que tem nome de biscoito, por exemplo, deixou essa notícia no alto de seu site por pouquíssimo tempo, nem uma hora talvez. Logo ela sumiu, enquanto seus colunistas de aluguel continuavam com a ladainha de que o ministro do Trabalho está se afogando num mar de lama.
Dilma sabia que seria assim. Quem conhece a imprensa brasileira, veho alto-falante da elite mais egoísta do mundo, também já suspeitava que atirariam contra a presidente e seus ministros sem trégua durante os quatro anos de governo.
Vale para os jornalistas que envergonham a profissão a máxima do ex-ministro tucano Rubens Ricupero: "O que é bom a gente mostra, o que é ruim, a gente esconde. Eu não tenho escrúpulos". Atualmente, o que for ponto para o governo é ignorado nos jornais e revistas e o que o denegrir será potencializado em manchetes. Letras garrafais que amanhã ou depois, provavelmente, vão virar desmentidos pequenininhos no pé da página.
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Copa do Mundo
Nas rádios AM, a seleção brasileira de pulhas fez piada após a reunião do novo ministro dos Esportes com o secretário geral da Fifa. Os craques do mau-caratismo esportivo ironizaram a proposta do ministro para que beneficiários do Bolsa Família e índios tenham desconto nos jogos da Copa do Mundo.
Para esses radialistas, elitistas sem dinheiro, índios e pobres são cidadâos de terceira categoria. Nas suas mentes colonizadas, os gringos têm sempre razão. Por isso se colocam contra os brasileiros e a favor da Fifa, que tomou conta do esporte mais popular do planeta e só pensa em dinheiro.
Sabemos que há muito o futebol virou um esporte para a elite. Não se vê, por exemplo, mais negros nas arquibancadas dos estádios. Pobre, se quiser, assiste pela TV (isso se tiver dinheiro para entrar num boteco que tenha pay-per-view). Então, na ótica desses caras, dar desconto para que brasileiros de baixa renda possam ver in loco os jogos da Copa no Brasil é um absurdo.
Adoro ver um comunista como o ministro Aldo Rabelo tratando com a Fifa, que quer colocar os ingressos mais baratos a R$ 45,00, e só na primeira fase. Se depender da entidade que dirige o futebol, a Copa será só para turistas e para a turminha abastada.
A Fifa está querendo cantar de galo, apostando que o governo brasileiro vai abrir as pernas para que a Copa seja mesmo realizada aqui. Até agora, porém, o governo não me decepcionou.
Ah, eu tinha prometido falar hoje sobre a cabeça de Eros, mas isso fica para depois.
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