Ex-presidente ficou sem barba e sem cabelos para tratar câncer e decidiu liberar imagens de seu novo visual na internet
A decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de divulgar fotos suas nas quais aparece de cabelo e barba raspados foi considerada positiva por especialistas que trabalham com pacientes em tratamento contra o câncer. "Quando personalidades como o ex-presidente e o ator Reinaldo Gianecchini decidem não esconder o câncer e compartilhar o que estão vivendo, ajudam a reduzir o preconceito, mostram o quanto a doença é democrática e que todos correm riscos", observa Luciana Holtz de Camargo Barros, psico-oncologista e presidente do Instituto Oncoguia, organização não governamental dedicada à defesa dos pacientes com câncer.
"Essas atitudes também levam as pessoas a rever seus hábitos. É sabido que o fato de o ex-presidente fumar o tornava mais exposto ao risco da doença do que um não fumante", acrescenta a especialista. Segundo suas informações, após o presidente ter anunciado publicamente que tem câncer na laringe, aumentou o número de pessoas interessadas em fazer exames semelhantes aos que ele se submeteu.
O médico Paulo de Tarso Lima, do centro de oncologia do Hospital Albert Einstein, também considerou positiva a divulgação da foto na qual Lula aparece de cabeça raspada e sendo barbeado pela mulher, Marisa: "Mostra a conexão do ex-presidente com o tratamento. Apesar de sua importância política e popularidade, ele cede no momento apropriado e se submete".
Por outro lado, segundo Lima, o ex-presidente também deixa claro que não abdica de sua personalidade. "Um dos piores erros no tratamento é quando o paciente se identifica totalmente com a doença e deixa de ser o que era. A sensação que eu tive é de que o ex-presidente conserva sua persona, mesmo sem cabelo e sem barba."
Na avaliação de pessoas próximas do ex-presidente, as fotos também sinalizam a decisão de encarar de maneira mais direta a luta contra a doença, diagnosticada há pouco mais de duas semanas. Na segunda-feira o líder petista inicia uma nova etapa da quimioterapia a que vem se submetendo no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
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