segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Interesses conflitantes retardam ações do PSDB para eleição em SP , #ForçaLula #TeimaLula



Silvia Amorim - O Globo

SÃO PAULO - PT e PSDB vivem fases bem diferentes na preparação para a eleição de 2012 em São Paulo. Enquanto os petistas já encerraram o processo de escolha do candidato à prefeitura paulistana e iniciaram ontem a discussão sobre alianças partidárias, o PSDB tem dado demonstrações de inércia e incapacidade para colocar a própria casa em ordem. Ainda é uma incógnita se os tucanos terão ou não candidatura própria no maior colégio eleitoral do país, embora haja quatro pré-candidatos disputando a vaga (Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli).
As prévias tão amplamente defendidas este ano pelos tucanos não foram  marcadas e, por enquanto, o que tem é uma data limite — fim de janeiro. Já no lado petista, se tudo correr conforme o planejado, em janeiro o ministro da Educação, Fernando Haddad, já estará cumprindo agenda de pré-candidato.
Por trás de toda a falta de ação dos tucanos está um caldeirão de interesses conflitantes dentro do partido. O governador Geraldo Alckmin tentou adiar o quanto pôde a escolha do candidato à prefeitura de São Paulo porque interessava a ele que as prévias ocorressem em fevereiro ou março. Mas venceu a pressão dos pré-candidatos. O maior desejo de Alckmin é que o ex-governador José Serra aceite disputar a eleição do ano que vem. Mas Serra disse, dias atrás, que o projeto dele não é municipal, mas nacional.

O grupo de Alckmin também não vê problemas em apoiar em 2012 o candidato de um outro partido, como o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, desde que fique selada uma aliança para a reeleição do governador em 2014. O plano, entretanto, enfrenta forte resistência em setores do partido.
Em nota, tucanos negam viver momentos difíceis
Enquanto isso, PT já tem candidatos em quase todo o estado
Embora lideranças do PSDB demonstrem, reservadamente, preocupação com o impasse em São Paulo e a dianteira assumida pelo adversário, o PSDB negou, em nota, que esteja passando por momentos difíceis.
"Ao contrário do PT, que aderiu à caciqueria tão combatida há anos como modelo nefasto incorporado pelos partidos fisiológicos, o PSDB reafirma sua total confiança na decisão de sua militância e compromisso com a coerência de sua história. Estamos convictos da nossa capacidade de enfrentar desafios como este da sucessão à prefeitura de São Paulo e de vencê-los", diz o texto.
A eleição de 2012 em São Paulo tem sido encarada pelo PT como uma espécie de cruzada, que, inclusive, passa por um empenho pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi Lula quem viabilizou a escolha de Haddad por consenso. A retomada da prefeitura de São Paulo seria uma realização pessoal para o ex-presidente. Ontem, o PT fez em São Paulo um seminário para discutir a política de alianças no estado para 2012.
— Fizemos um esforço muito grande para organizar o partido, não só na capital como em todo o estado. Hoje, somente em quatro municípios o partido não tem o candidato escolhido. Isso nos dá muita segurança para enfrentar a próxima eleição — afirmou o presidente do PT paulista, Edinho Silva.


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