George Papandreou em pronunciamento
nesta quarta-feira (9). (Foto: Reuters)
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, oficializou sua renúncia ao cargo nesta nesta quarta-feira (9), em rápido pronunciamento transmitido pela TV estatal grega antes de uma reunião do premiê com o presidente da Grécia na qual espera-se que ele apresente o pedido de saída.
Segundo Papandreou, líderes políticos da Grécia concordaram sobre um novo governo.
"Eu gostaria de desejar todo o sucesso ao novo primeiro-ministro e, claro, ao novo governo. Eu vou ficar ao lado deles e apoiá-los com toda a minha força", disse, em rápido discurso à nação.
Papandreou, no entanto, terminou o pronunciamento sem informar quem será o substituto para o seu cargo. No domingo (6), o governo havia informado que o premiê só renunciaria se fosse firmado um "acordo interpartidário" para formar um gabinete de coalizão, que designaria um novo primeiro ministro. Foram três dias de intensas negociações entre os socialistas e a oposição conservadora, liderada por Antonis Semaras.
Durante o discurso na TV, o primeiro-ministro disse que um novo governo interino buscará defender o acordo sobre a dívida da Grécia e a posição do país dentro da zona do euro.
O primeiro-ministro garantiu ainda que o país irá implementar o plano de resgate europeu acertado em outubro para balancear as contas nacionais e evitar um calote desordenado na Grécia.
Substituto mais cotado
A agência de notícias Reuters disse mais cedo nesta quarta que o presidente e porta-voz do Parlamento, Philippos Petsalnikos deverá liderar o novo governo de coalizão da Grécia. A expectativa era de que o nome fosse anunciado ainda nesta quarta. Mas uma reunião do presidente grego com os líderes partidários foi adiada para esta quinta-feira.
Em seu rápido pronunciamento, Papandreou disse que forças políticas estão trabalhando para tirar a Grécia da crise, e que o governo fará "tudo o que puder" para salvar o euro.
De acordo com informações do site do Parlamento grego, Petsalnikos nasceu em Mavrochori, Kastoria, e tem seguido a carreira política na Grécia por mais de 25 anos. Ele foi eleito pela primeira vez como membro do parlamento pelo partido PASOK em 1985.
O novo governo grego conduzirá o país em meio à crise financeira e supervisionará a implementação das medidas de austeridade requeridas pelos credores do país.saiba mais
Os líderes do país estão sob pressão da União Europeia para chegar a uma administração de unidade nacional, que controle assentos no Parlamento suficientes para aprovar o pacote de ajuda europeu anunciado em outubro, bem como as medidas de austeridade associadas à ele.As negociações entre Papandreou e Antonio Samaras, líder do principal partido de oposição, Nova Democracia, entraram nesta quarta-feira no seu terceiro dia.
Até então, um dos mais cotados para o cargo de primeiro-ministro era o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu Lucas Papademos.
Além disso, espera-se que o atual ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, permaneça no cargo.
Compromisso por escrito
Há relatos de que membros da oposição ficaram irritados com uma reivindicação, feita por ministros das Finanças da zona do euro, de que o novo governo se comprometa por escrito com os termos do pacote de ajuda.
Expressando a reivindicação dos ministros, o presidente do grupo, o premiê de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, condicionou o compromisso à liberação da próxima parcela do primeiro pacote de ajuda concedido à Grécia, no valor de 8 bilhões de euros.
No mês passado, os líderes da União Europeia concordaram em uma nova ajuda ao país no valor de 130 bilhões de euros e o perdão de 50% da dívida grega em mãos de credores privados, em troca de medidas de austeridade.
Depois que o novo governo estiver formado, deve assumir o poder na próxima semana. Em meio às negociações, tanto o atual governo quanto a oposição concordaram que o dia 19 de fevereiro do próximo ano é a melhor data para realização de novas eleições. Com informações da BBC e da Reuters
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