A pobreza extrema atingiu níveis recordes nos Estados Unidos - 1 em cada 15 pessoas - e a população hispânica é uma das mais afetadas, segundo o censo nacional. Cerca de 20,5 milhões de americanos, ou 6,7% da população do país, estão em situação de pobreza extrema, definidos como aqueles situados em 50% ou abaixo do nível oficial de pobreza. Essa proporção de 6,7% é a mais alta nos 35 anos em que o Census Bureau mantém tais registros e supera máximas anteriores de 2009 e 1993, de pouco mais de 6%. Em 2010, estar em situação de extrema pobreza significava ter renda individual de US$ 5.570 ou menos por ano e US$ 11.157 por família formada por 4 pessoas.
A pobreza extrema aumentou sobretudo nas áreas metropolitanas, nas quais houve redução de empregos e salários e o colapso do mercado imobiliário empurrou muitos pobres de bairros centrais para subúrbios e outros lugares periféricos. Os números do censo revelam um contraste acentuado entre ricos e pobres em um momento em que o desemprego continua persistentemente alto.
Os dados são divulgados uma semana antes do anúncio do governo de publicar, pela primeira vez, dados econômicos que vão mostrar que mais hispânicos, idosos e pobres em idade de trabalhar foram para a situação de extrema pobreza. No geral, os números ressaltam a magnitude e o alcance da depressão econômica dos Estados Unidos.
"Agora realmente não existe nenhum grupo que não tenha sido afetado, exceto, talvez, aqueles que estão no topo da escala de renda", disse Robert Moffitt, professor de economia na Universidade John Hopkins. "Supõe-se que as recessões são temporárias e, quando terminam, todos voltam para onde estavam. Mas a preocupação agora é que a desaceleração econômica terá efeitos de longa duração sobre as famílias que perderam empregos que estão em situação pior e não podem se recuperar."
Quarenta Estados e o Distrito de Columbia, onde se localiza a capital Washington, tiveram aumento de pessoas em situação de extrema pobreza desde 2007, sem que nenhum durante esses anos registrasse diminuição no índice. O Distrito de Columbia ficou no primeiro lugar no ranking daqueles que têm mais pessoas em situação de extrema pobreza, 10,7%, seguido de Mississipi e Novo México. O Estado de Nevada teve o maior aumento no período, pulando de 4,6% para 7%. Os cálculos do censo de 2009 mostram que 27,6% dos hispânicos nos Estados Unidos vivem em situação de pobreza, comparados com 23,4% dos negros. As informações são da Associated Press.
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