Por Marcelo Migliaccio - Blog Rio Acima
Querido Presidente,
Eu gostaria de lhe enviar um e-mail, mas não tenho seu endereço eletrônico. Então, conto aqui, sem ligar para as chacotas dos idiotas da objetividade, daqueles que são incapazes de acreditar em alguém, que agora há pouco, às quatro da manhã, pude, enfim, dar um abraço apertado em você.
Foi num sonho, pelo qual agradeço ao prato de macarronada que comi antes de dormir (sempre que como muito à noite, tenho sonhos reais como esse de hoje).
No sonho, pouco antes de acordar e sentar-me no computador para contá-lo, eu finalmente o encontrei e pude dizer o quanto o admiro, o quanto aplaudi seus oito anos de governo, o quanto o defendi perante os que o atacavam a despeito de toda a correção com que agiu na presidência do Brasil.
Li que seu tumor na garganta teve uma redução de 75% logo nas primeiras semanas de tratamento. Fico feliz e tenho certeza de que isso se deveu, além da sua força interior e da ajuda de Deus, à sincera corrente positiva feita pela imensa maioria dos brasileiros. Sei que muitos deles não gostavam de você por causa da imagem negativa que a mídia elitista sempre procurou veicular desde que o metalúrgico barbudo emergiu entre os operários do interior paulista no final dos anos 80.
Eu nunca caí nessa, e me orgulho de ter percebido sua sinceridade de propósitos desde o primeiro dia em que o vi, de longe, chegando à Cinelândia para um comício do saudoso Lysâneas Maciel, na campanha para governador do Rio de 1982. Havia ali, no centro do Rio, milhares de pessoas e você foi carregado até o palanque, onde fez um discurso inflamado e apaixonante. Eu pensei: esse é o cara. Vinte anos depois, ao vê-lo desfilando num carro aberto, com a faixa presidencial no peito, pela Esplanada dos Ministérios, chorei de emoção. O meu presidente tinha, finalmente, chegado lá.
Não estou nem aí se esses elogios públicos que faço a você vão afastar esse ou aquele leitor do meu blog. E nem ligo quando a minha filha me goza, dizendo que deveria colocar um pôster seu no meu quarto, de tanto que o elogio e o defendo. Mas ela no fundo sabe que não sou fanático, porque cheguei até a votar no FHC uma vez, numa época em que achei que você estava acomodado e de saco cheio.
E estou pouco ligando se a grande imprensa não contrata jonalistas que falam bem de você. Não tenho intenção nenhuma de voltar a trabalhar numa redação. Já achei um trabalho melhor. Não quero ser colega de jornalistas como aquele que te chamou de "anta" num livro e teve que fugir do Brasil de tantos processos que acumulou.
O que eu gostaria mesmo é de lhe dar um abraço apertado como dei no meu sonho de agora há pouco, dizendo que você não traiu o povo brasileiro e conseguiu, com sabedoria e honestidade de propósitos, melhorar a vida de milhões de pessoas para quem o Estado Brasileiro nunca havia olhado em 500 anos.
Os preconceituosos ainda falam em mensalão (se é que existiu mesmo, porque não acredito no Roberto Jefferson desde os tempos do programa O Povo na TV). Ignoram as falcatruas dos governos tucanos, mas reclamam que seu governo precisou comprar os votos de um bando de parlamentares insensíveis para aprovar os projetos que levaram o Brasil a uma posição nunca alcançada. Se foi preciso subornar canalhas para tirar 30 milhões de pessoas da miséria, antes assim. Melhor isso do que suborná-los para que endossassem as negociatas na venda das estatais aos estrangeiros, patrimônio que o povo brasileiro jamais terá de volta. O reconhecimento internacional ao seu governo é um cala-boca nessa elite egoísta que insiste em depreciá-lo. E o amor que o povo demonstra por você é uma prova de que fez a coisa certa.
Como brasileiro e como irmão, desejo-lhe um feliz Natal e que o ano de 2012 seja de muita saúde e alegria.
Valeu, Lula!
2 comentários:
Faça minha as suas palavras! Lula sempre me emocionou! Já briguei muito também para defende-lo. Ele vai voltar com força total, porque o Brasil ainda precisa muito dele!
Maria José Gama
Muito obrigado, Dilma, por ter deixado milhares de famílias de servidores públicos sem qualquer espécie de reposição inflacionária neste ano de 2011. O peru tá faltando na ceia, vamos de franguinho assado mesmo. Tomara que em 2012 seu partido perca a maioria das eleições municipais. Feliz Natal.
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