Por DiAfonso [Terra Brasilis]
Sobre o editorial do Jornal do Commercio de ontem [07/12/2011], tecerei um parcial resultado de minha leitura, ainda que outras mais abalizadas existam.
Antes de mais nada, é preciso deixar claro que não se pretende fazer, aqui, a defesa de José Dirceu. Primeiro, porque ele já a faz, a meu ver, de modo satisfatório [interessante é que nenhum articulista, nenhum editorialista conseguiram ou conseguem se contrapor aos embasados contra-argumentos do ex-ministro da Casa Civil do governo Lula. Aqueles que encarnam a sanha midiático-golpista cujo papel tem sido o de julgar e condenar Dirceu - como se isso não fosse atribuição do Poder Judiciário - tentam, tentam, mas não obtêm êxito]. Segundo, porque não tenho procuração do Zé Dirceu, nem pretendo tê-la.
Ocorre que o editorialista do Jornal do Commercio pretendeu ser arauto de uma visão cabal [acrescente-se aí um certo tom odioso para com José Dirceu - figura pública execrável dentre as "figuras públicas execráveis" e para com o PT], mas seletiva dos fatos.
Esquece-se o editorialista de, ao falar sobre "mensalão", citar o denominado "mensalão mineiro", esquema comandado por Eduardo Azeredo [PSDB-MG]. Como se sabe [parece que o editorialista é avesso a ver outros fatos], o tucano foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República. A denúncia foi aceita pelo STF.
Esquece-se o editorialista de mencionar as intensas denúncias de corrupção [veiculadas pela mídia alternativa e, sutilmente, por alguns veículos de comunicação corportativos] que pesam contra o PSDB de FHC, SERRA, ALCKMIN e outros tais e quais [o homem forte de Serra foi preso recentemente por corrupção].
Dizer, em outras palavras, que o PT e José Dirceu querem "amordaçar" o papel da imprensa e, por tabela, a liberdade de expressão é cantilena de quem não tem argumentos e não vê que a regulação da mídia nada tem a ver com cerceamento de liberdade, mas se constitui em um poderoso instrumento democrático contra o jornalismo de esgoto que o PiG [incluindo o JC] tem feito e vem diuturnamente fazendo.
Enfim, tenho cá comigo que o editorial [por expressar a opinião do jornal] foi benéfico, porquanto nos deu a dimensão exata de como o JC se porta diante de um governo eleito democraticamente e não admite essa faceta da democracia.
Vale dizer ainda que o editorial foi de uma coragem louvável, embora execrável para quem teria o dever de informar com imparcialidade.
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