O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta sexta-feira que o governo paulista praticou "terrorismo" na desocupação da favela do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).
Ele subiu o tom contra a operação da PM e contestou a nota em que o PSDB, partido do governador Geraldo Alckmin, acusou o Planalto de "intromissão intolerável" por suas críticas ao episódio.
"Lamento muito que se tente tergiversar a realidade. A realidade o Brasil todo viu: militares violando os direitos daquelas pessoas, o terrorismo para cima daquelas pessoas", disse.
O ministro confirmou que a presidente Dilma Rousseff classificou a ação policial como "barbárie", em reunião com organizadores do Fórum Social Temático em Porto Alegre.
Ele negou que o governo federal faça uso eleitoral do episódio, como acusou o PSDB.
"Não há politização ou questão eleitoral no caso. O que há é a necessidade de denúncia de um método que é equivocado. Contra essas palavras o que tem é a realidade que o Brasil inteiro viu."
Carvalho afirmou que o governo paulista optou pelo enfrentamento armado, "sem respeitar a dignidade" das famílias que ocupavam o terreno.
"O que se viu foi um grande aparato militar preparado e executado que não foi seguido do mesmo cuidado com a reacomodação das pessoas. Tudo aquilo poderia ter sido evitado", disse.
"O diálogo não foi levado até o final e se preferiu a opção militar, que infelizmente deu no que deu. Não se trata de contestar direitos, de contestar a decisão da Justiça. Se trata de dialogar."
Segundo o ministro, a Justiça é "sensível a soluções negociadas e que respeitem as pessoas".
"Aquelas famílias são pobres e precisam ser tratadas com a mesma dignidade que aqueles que ocupam terras devolutas do Estado sem ser removidos", disse.
PROTESTOS
A participação de Dilma no Fórum Social foi marcada por protestos contra a ação em Pinheirinho.
Manifestantes cercaram o hotel em que ela ficou hospedada e entregaram à sua comitiva um manifesto com críticas ao governo paulista.
Ela ouviu palavras de ordem contra a desocupação durante um ato no ginásio Gigantinho, na noite de anteontem, mas não mencionou o tema em seu único discurso aos militantes reunidos no evento.
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