Para o senador Aécio Neves: V.Exa. precisa saber quão difícil é consertar o estrago feito, pelo seu partido, o PSDB, ao Brasil. Minas Gerais deu e continua dando uma contribuição gigantesca a essa pobreza brasileira. Faz nove anos que nosso governo luta diuturnamente para conseguir reverter quinhentos anos de descaso com o nosso povo. Nós, senador, não somos idiotas, sabemos que o Reino Unido está em situação bem melhor que o Brasil e o aumento do nosso PIB é um incentivo para continuarmos progredindo. Particularmente, esperava palavras mais animadoras de V.Exa. neste segundo dia do ano que se inicia. Em 2014, quando V.Exa. perder as eleições presidenciais, se conseguir ser candidato, visitará o passado e se amargará com suas próprias palavras. Feliz Ano-Novo
!Aécio Neves
Retrato do Brasil
Fechamos o ano com a notícia de que o Brasil deverá ascender à posição de sexta economia do planeta, ultrapassando o Reino Unido.
Se essa é uma boa-nova, devemos recebê-la, porém, sem as tintas do excesso de euforia. Ainda temos um oceano pela frente para chegar ao patamar do PIB per capita inglês. As projeções de 2011 do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) revelam que o Brasil ocupa a 84ª posição no IDH, muito distante da 28ª posição do Reino Unido.
Do ponto de vista da nossa realidade, aos poucos, o Censo de 2010, do IBGE, desnuda o Brasil real e as suas grandes tragédias, que convivem com os avanços conquistados desde o advento do Plano Real.
O paradoxo brasileiro permanece: o país cresceu, o desemprego caiu, mas nada disso impediu, por exemplo, o aumento crescente do enorme contingente da população que vive em condições precárias e carente de serviços públicos essenciais nos chamados aglomerados subnormais, eufemismo para favelas, palafitas e outros congêneres.
São mais de 11,4 milhões de brasileiros, número maior que a população isolada de muitos países mundo afora, vivendo em 6.329 desses aglomerados em 323 municípios. Isso representa 6% da população!
A radiografia do IBGE demonstra o fracasso das políticas para conter o fenômeno da favelização, mesmo após a criação do Ministério das Cidades e do Programa Minha Casa, Minha Vida, ainda distante das metas com que foi lançado.
Em 2011, por exemplo, foram contratadas apenas 52 mil unidades para famílias até três salários mínimos, um desempenho minúsculo para o segmento de baixa renda, o que torna pouco crível a perspectiva de "mais equilíbrio" entre demanda e oferta em 2023, tendo em vista um deficit habitacional de 6 milhões de moradias.
Quando se trata de enfrentar o desafio das favelas, voltam à pauta a questão da melhoria da infraestrutura e a do fornecimento de serviços básicos -contenção de encostas, saneamento, coleta regular de lixo, postos de saúde, regularização de terrenos e acesso aos transportes, entre outros, itens que desafiam uma gestão pouco afeita ao planejamento e que padece de crônico imobilismo executivo.
Por isso, ampliam-se sempre as dúvidas sobre a capacidade do governo federal de avançar mais. Basta ver o desempenho pífio do PAC em 2011, a menor execução desde que foi lançado.
Nesta entrada de 2012, quando todas as promessas se renovam, é hora de cobrar os compromissos assumidos com os brasileiros. Eles precisam ser transformados em realidades enfrentadas de forma completa e integrada e não servirem apenas como matéria-prima para a farta propaganda oficial sobre um Brasil que ainda não conquistamos.
AÉCIO NEVES escreve às segundas-feiras nesta coluna.
Um comentário:
O povo humilde e sofredor sabe que um operário e uma mulher- que foi presa política- estão revolucionando pacificamente a vida do Brasil. Políticas públicas vigorosas estão em curso para alcançar aquêles que estão abaixo da linha da pobreza. O micro-crédito impulsionando a economia das periferias - a inovação no atendimento da saude em domicílios - o estímulo ao produtor rural e o incentivo para excedentes de produção na agricultura familiar = o governo está comprando diretamente dos produtores os produtos para a merenda escolar.Apesar da crise - mais de 2 milhões de postos de trabalho foram criados - recentemente e a vontade indomável da nossa PRESIDENTA em diminuir o déficit de moradias - com o MINHA CASA MINHA VIDA. Quando olhamos para trás, percebemos uma elite que governou o Brasil há séculos e que fez uma abolição - sem planejamento - e colocou os escravos nas estradas com a mão abanando. As favelas, as palafitas e os mangues, bem com as periferias e os aglomerados são herdeiros da maior catástrofe social que foi a abolição da escravatura = LIVRES DOS AÇOITES DA SENZALA - PRESOS NAS MISÉRIAS DAS FAVELAS!!!!
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