Na pequena base diplomática do governo haitiano no aeroporto internacional Toussaint Louverture, a presidente foi recebida com faixas.
A presidente Dilma Rousseff chegou ao Haiti na manhã desta quarta-feira (1º) para sua primeira visita ao país mais pobre da América Latina. Recebida no aeroporto pelo presidente Michel Martelly, Dilma terá um encontro e um almoço com seu colega e depois visitará os militares brasileiros que fazem parte do batalhão da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah). Dilma também se reunirá com empresários e diretores de organizações não-governamentais que atuam no país, como o ator americano Sean Penn.
A chegada da presidente teve ares de festa no aeroporto e na cidade. Na pequena base diplomática do governo haitiano no aeroporto internacional Toussaint Louverture, faixas com a foto da presidente e os dizeres "Bem vinda Dilma, essa é sua casa", em português e francês. Ao longo do caminho até o Palácio Nacional - praticamente destruído no terremoto de 2010 - as mesmas faixas, além de bandeiras do Brasil e do Haiti, enfeitavam as ruas.
A imigração haitiana para o Brasil será um dos temas centrais da conversa entre os dois presidentes. Apesar das críticas no Brasil, a medida foi bem recebida no Haiti, que a viu como uma possibilidade de diminuir a rede ilegal de transporte para o Brasil via Equador e Peru.
Outros temas que deverão entrar na pauta são a cooperação em saúde - o Brasil financia a maior parte da reestruturação da área no país e levou médicos brasileiros para trabalhar com os cubanos nas medidas de implantação de um sistema comunitário de atendimento. O Brasil também ofereceu aos haitianos 100 vagas para treinamento de policiais pela Polícia Federal. A intenção é preparar a polícia haitiana para a gradual retirada das tropas da Minustah, que começa em março. A presidente volta ao Brasil ainda nesta quarta, onde deve chegar na madrugada de quinta-feira.Fonte: IstoÉ.
Um comentário:
Viomundo encontrou
um baleado em Pinheirinho
Sau no Viomundo:
Adriano Diogo: “Depois de balear David pelas costas, a GCM atirou nele, de novo”
David com a esposa, Laura, no Hospital Municipal de São José dos Campos, onde está internado. Foto: Renato Simões
por Conceição Lemes
O Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana, da Defensoria Pública Estadual e do Ministério Público Estadual (Condepe) promoveu na última segunda-feira mutirão nos galpões e igreja, que abrigam os moradores despejados do Pinheirinho. Aproximadamente 90 pessoas, entre conselheiros do Condepe, parlamentares e entidades de direitos humanos participaram.
“O que mais me chamou a atenção foi o caso do rapaz de 30 anos, baleado pela GCM [Guarda Civil Municipal]; está com a perna esquerda paralisada e corre o risco de ficar com sequelas”, denuncia o deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo. “Se passaram nove dias e ele não foi ouvido nem tinha feito exame de corpo de delito.”
O rapaz é David Washington Furtado, 30 anos, natural de Recife, funcionário terceirizado da Prefeitura (calça ruas, assenta sarjetas e calçadas) e agora ex-morador do Pinheirinho. Foi baleado, na área externa do acampamento, quando se dirigia junto com a esposa (Laura) ao posto de atendimento da Prefeitura para se cadastrar.
“É a história mais escondida de São José dos Campos”, observa Adriano. “Depois de balear David pelas Costas, a GCM atirou nele, de novo, quando já estava caído no chão. Uma barbaridade.”
Foi o próprio David que contou isso a uma comissão, que o ouviu num dos leitos do Hospital Municipal de São José dos Campos, onde está internado.
Integrada por Adriano Diogo, Carlinhos Almeida (deputado federal PT-SP), Renato Simões (conselheiro do Condepe), Ivan Seixas (presidente do Condepe) e Antonio Donizete (advogado dos moradores do Pinheirinho), a comissão levou canseira de uma hora e meia da direção do hospital, administrado pela SPDM, para entrar no quarto de David. Não teve acesso ao prontuário, apenas conversou com os médicos.
– Ele vai ficar paraplégico?
– Não sei ainda. Acho que não, ainda não deu para fazer a eletroneuromiografia.
– Lesionou a medula espinhal?
– Ela não foi seccionada, mas o sistema periférico da vértebra está comprometido. Tanto que ele não consegue mexer a perna esquerda.
– Mas ele vai voltar a andar sem problemas?
– Não sei se vai dar ou não.
Nesta quarta- feira, será realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo audiência pública para discutir a situação dos despejados do Pinheirinho. Participarão ex- moradores do Pinheirinho, entidades e movimentos sociais, representantes do Condepe,da Defensoria Pública Estadual e do Ministério Público Estadual.
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