Mário Simas Filho
BOA NOTÍCIA
Lula foi informado pelo médico que o câncer está reduzido a zero
Na manhã da segunda-feira 6, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou irritado ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Estava cansado, nauseado e com uma forte dor na garganta – efeitos colaterais do duro tratamento médico a que vem se submetendo há cerca de três meses. Lula recebeu mais uma sessão de radioterapia e, como em outras vezes, foi andando com calma até uma ala de dez metros quadrados no setor de recuperação, onde costuma receber políticos que o visitam. Mas não naquele dia. O ex-presidente tinha preferido a presença de apenas um amigo de longa data. E foi ao lado dele que recebeu a informação que mudaria seu ânimo: o câncer detectado em outubro estava vencido pela intensa medicação. Segundo a definição de um de seus médicos, o tumor maligno de quase três centímetros “foi reduzido a zero”.
Era a notícia que Lula esperava e, de certa forma, havia antecipado em 1º de novembro, quando, apenas quatro dias após receber o diagnóstico de um câncer na laringe, fez sua primeira manifestação pública sobre a doença. Num vídeo divulgado pela internet, ao lado da esposa, Marisa Letícia, ele se empenhava em mostrar confiança: “Estou preparado para enfrentar mais uma batalha e acho que nós vamos conseguir tirar de letra.”
TRATAMENTO
Com apoio de dona Marisa e do médico Roberto Kalil Filho
A equipe médica responsável pelos cuidados do ex-presidente não confirma o desaparecimento do tumor, preferindo referir-se apenas à fase concluída do tratamento; antes, portanto, das aplicações de radioterapia. “Sem dúvida, o prognóstico é muito bom porque o ex-presidente respondeu muito bem ao tratamento com quimioterapia, quando houve uma redução de 75% do tumor”, disse o oncologista Paulo Hoff, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Ele vai aguardar os exames conclusivos, em março. Os médicos também orientaram Lula a não comparecer ao desfile da escola de samba Gaviões da Fiel no sábado 18, que terá como tema “Verás que um filho fiel não foge à luta: Lula, o retrato de uma nação”, em razão de sua ainda baixa imunidade. A última sessão de radioterapia acontecerá um dia antes da apresentação da Gaviões.
PLANOS
Paulo Okamoto, o encarregado de dar novo peso ao Instituto Lula
Entre abril e o fim de julho, Lula pretende dedicar seu tempo ao instituto que leva seu nome. Considerando que até lá estará livre dos efeitos colaterais da luta contra o câncer, priorizará visitas ao Exterior. Durante o tempo em que permaneceu sob tratamento, ele deixou de fazer cerca de 30 viagens internacionais para dar palestras que reforçariam o caixa da instituição. O ex-presidente tem insistido junto a seus assessores, principalmente Paulo Vanucchi e Paulo Okamoto, para que o Instituto Lula seja mais amplo que o PT, do ponto de vista ideológico. Ele pretende transformar a entidade numa referência mundial em formulação e implantação de políticas de inclusão social em desenvolvimento e consolidação de democracias. Para essa nova fase, o Instituto Lula planeja ampliar em 40% o número de funcionários e trocar a atual sede, um pequeno sobrado no bairro do Ipiranga, na capital paulista, por uma sala comercial com cerca de mil metros quadrados.
ESCOLHIDO
A vitória de Haddad na eleição para a Prefeitura de São Paulo
é encarada como prioridade política pelo ex-presidente
Dois meses atrás, quando Kassab passou a se insinuar para o PT, Lula estava disposto a refutar o apoio, evitando entrar em rota de colisão com a senadora Marta Suplicy, que rejeita a possibilidade de dividir palanque com o atual prefeito. Há duas semanas, no entanto, a posição de Lula mudou. Até o fim de janeiro, o ex-presidente nutria a esperança de conseguir afastar da disputa paulistana o deputado federal Gabriel Chalita e compor uma chapa com o PMDB em São Paulo. Do hospital, manteve diversas conversas com o vice-presidente, Michel Temer, e com o próprio candidato peemedebista. “O Lula tentou de todas as formas convencer o PMDB e o Chalita a estar conosco ainda no primeiro-turno”, disse um dos principais confidentes de Lula. “Desde o início de fevereiro, no entanto, partiu para outra.” Para convencer os resistentes petistas a uma parceria eleitoral com o PSD de Kassab, Lula tem uma carta na manga. Na semana passada, durante conversa com o prefeito, o ex-presidente desenhou o que chamou de a “chapa dos sonhos”: Haddad, prefeito; Henrique Meirelles, vice. Na opinião do ex-presidente, até os petistas mais radicais de São Paulo não teriam problemas para subir em um palanque ao lado de Meirelles, tido no próprio partido como um dos pilares do sucesso do governo de Lula. Kassab prometeu se empenhar em convencer o ex-presidente do Banco Central a encarar o desafio. A ideia de Lula era ele mesmo ligar para Meirelles na quarta-feira 8. O seu estado físico, porém, não permitiu.
Outra missão encarada como primordial pelo ex-presidente está diretamente ligada à aproximação entre Lula e Kassab: a construção do Memorial da Democracia pelo Instituto Lula. Um museu que, além de contar com o acervo do período do ex-presidente na Presidência da República, apresentará temas que contribuíram para a evolução política do País, como a Anistia e a Constituinte. Cerca de 20 profissionais trabalham no projeto arquitetônico e na curadoria. Entre eles, Gringo Cardia, que participou também do desenvolvimento e da implementação do Memorial Minas Vale, do Museu das Telecomunicações e do Museu da Cruz Vermelha, na Suíça. “Tudo é muito preliminar, pois estamos nos reunindo ainda. Mas posso adiantar que será um espaço multimídia, no qual o público vai interagir com as obras”, conta Cardia. Certo mesmo é que o espaço será erguido em um terreno cedido recentemente pela Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia, área degradada no centro da capital paulista marcada pela presença de dependentes químicos e traficantes.
A doação da área em um período pré-eleitoral, no momento em que PT e PSD ensaiam uma aliança na capital paulista, foi fruto de negociações que começaram no primeiro semestre de 2011, conforme apurou ISTOÉ. Por meio de emissários, Lula tinha enviado a proposta de montar o Memorial da Democracia aos governantes da cidade de São Paulo e São Bernardo do Campo e do Estado do Rio de Janeiro. Kassab tomou a frente e passou a reunir-se com Paulo Okamoto, comandante do instituto, depois de regularizar a criação do PSD e se mostrar próximo ao governo em reunião da bancada da nova legenda com a presidenta Dilma. O prefeito também se reuniu com o próprio Lula para discutir o assunto. “Nessas negociações, Lula e Kassab começaram a criar uma afinidade”, diz um parlamentar do PSD. Em uma das visitas ao petista no Hospital Sírio-Libanês, Kassab comunicou a Lula a doação da área. Agora o desafio da entidade do ex-presidente é obter na iniciativa privada os recursos para viabilizar os custos. Uma das alternativas é oferecer a cada patrocinador o nome de uma das salas de exposição.
PARCERIA
Kassab se aproxima de Lula: desconforto no PT paulista
Um comentário:
Todo mundo sabe que vai - mas ninguém quer ir e muito menos saber a hora. Coisa boa é deitar e acordar em outro mundo, se é que eu vivo nêste ! rsrs - Também superei um câncer de próstata e não há mais célula prostática circulando na corrente sanguínea. Quem vê o Lula, sabe que êle superaria. A região afetada e o tipo da doença, jamais abalariam o campeão. Está pronto para as batalhas políticas - costurando as alianças e, como disse o Gilbertinho - o Negão da camisa 10 - na regra três para qualquer eventualidade. SOMOS MASSA - QUANTO MAIS NOS BATEM - MAIS CRESCEMOS = O PROFETA DA BARBEARIA !! LULA, É NÓIS NA FITA !!!
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