Alberto Ramos, editor do Blog do Carlos Neder
O blogueiro Reinaldo Azevedo, da Veja, publicou texto no site da revista no qual faz referência ao mandato do vereador Carlos Neder (PT), entre outros parlamentares e instituições que assinam o manifesto “Luz Livre”.
Azevedo sustentou que se tratava da “lista dos que convocavam a baderna em São Paulo”, referindo-se ao ato do dia 25 de janeiro em repúdio à ação truculenta promovida no bairro da Luz pelo governo estadual e Prefeitura.
Disse ainda que o protesto se devia à ação de um “grupelho”, pois, segundo afirma ele – e sem que haja nenhuma comprovação disso –, o número de entidades signatárias da convocação era maior do que a quantidade de manifestantes que foram às ruas.
“Felizmente, a sociedade civil na cidade reúne um pouco mais do que alguns celerados que fazem da Cracolândia uma causa humanista e que condenam um governo por cumprir uma determinação judicial”, afirmou.
O tom do que foi veiculado no site da Veja e até o vocabulário utilizado são bastante sintomáticos sobre os valores que essa publicação defende. Demonstram postura pouco democrática e rancorosa, de quem parece ter saudade da ditadura.
Aliás, classificar manifestações de protesto como “baderna” é postura típica de governos de exceção, de todas as partes do mundo – que o digam os manifestantes da chamada “Primavera árabe” que, por analogia, seriam todos “baderneiros”, segundo a ótica da Veja.
O blogueiro da revista também parece não ter entendido ainda que o número de manifestantes não torna um ato de protesto mais legítimo que outro. Mesmo que houvesse uma única pessoa a brandir um cartaz, ela teria o direito democrático de se opor às ações de um governo com as quais não concorda.
“A PM fala em 200 pessoas. Os manifestantes, em 1.000. Digamos que houvesse 600 – o que eu duvido. Vá lá”. Neste trecho do texto do post, Azevedo dá uma aula de como funciona um certo jornalismo, baseado no “achismo”. Ele “acha” que havia 600 pessoas mas, paradoxalmente, ele mesmo “duvida” que o total chegasse a esse número.
Deixando de lado as considerações sobre o que foi publicado no site da Veja, cabe responder à pergunta que abre este texto: a quem serve Reinaldo Azevedo e a revista Veja? Quais interesses defendem? É óbvio que se trata da ponta de lança da direita radical e golpista, inconformada até hoje com a ascensão do PT ao poder no país.
O caráter direitista da Veja e de Azevedo vem sendo apontado há tempos pela mídia independente e encontra eco até mesmo na Folha de S.Paulo. O articulista Marcelo Coelho, membro do conselho editorial do jornal endossou essa avaliação mais de uma vez, tanto nas páginas do diário quanto em seu blog pessoal.
É bom observar que Veja e Folha compartilham a mesma obsessão em atacar os governos do PT. Como bem lembra meu amigo Paulo Henrique Amorim, foi a Folha quem inventou a expressão “ditabranda” e publicou uma falsa ficha policial de Dilma Rousseff, quando ela ainda era candidata a presidente.
Veja, por sua vez, dispensa apresentações (assista abaixo ao didático clipe da canção “Veja, mas que mentira!”). Tanto a revista quanto jornal integram o que Amorim chama, jocosamente, de PIG (Partido da Imprensa Golpista), a mídia brasileira que, na prática, se transformou em partido político.
Aparentemente, há arestas entre dois integrantes do próprio PIG, que não se entendem. Na verdade, eles se merecem. Nós é que não merecemos esse tipo de imprensa.
2 comentários:
Essa é fácil: Seve ao NAZISMO (PSDB/PPS/DEMOS).
Este Reinaldo Azevêdo é um imbecil e não merece nenhuma credibilidade.
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