Jornalista Messias Pontes(PCdoB/CE) - messiaspontes@gmail.com
A presidenta Dilma Rousseff esteve esta semana (segunda e terça-feira) em Cuba, estreitando as relações com aquele país caribenho. A velha mídia conservadora, venal e golpista brasileira tem cobrado da Presidenta um posicionamento em defesa dos direitos humanos naquele país, fazendo coro com o imperialismo norte-americano, justamente quem mais desrespeita os direitos humanos no planeta.
Os colonistas e demais jornalistas amestrados, conscientemente, ficam botando chifre em cabeça de cavalo, desinformando e manipulando a opinião pública, e defendendo que a Presidenta brasileira pressione o governo cubano a liberar o visto de saída da “blogueira” Yoane Sánchez, “dissidente” que deseja vir ao Brasil. Estive em Cuba no ano passado, tive a liberdade para ir aonde queria e conversar com quem queria e nunca ouvi falar nessa “blogueira”.
Os colonistas afirmam que na Ilha não existe liberdade e que a internet é censurada. Mas como ser a internet censurada se essa “dissidente” pode dizer o que quer em seu blog, caluniando o governo do seu país a serviço dos inimigos do povo cubano? Em nenhum momento esses amestrados falaram sobre a barbárie praticada ainda hoje pelos militares norte-americanos na prisão da base de Guantánamo. Ali as mais bárbaras torturas são praticadas sem que os suspeitos de “terrorismo” tenham direito à defesa. O presidente Barack Obama, ao ser empossado, prometeu fechar a base de Guantánamo, mas não cumpriu a palavra.
Enquanto isso, esses mesmos colonistas e amestrados omitem os crimes cometidos aqui em nosso País contra pobres, pretos e prostitutas. O que o governo tucano vem fazendo em São Paulo contra os pobres é um verdadeiro massacre, fascismo puro. Os movimentos sociais são criminalizados e os doentes dependentes químicos são violentamente atacados pela Polícia Militar com bomba de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e muito cassetete. O que aconteceu na Cracolândia no mês passado, que chamou a atenção do mundo todo, por acaso não é um tremendo desrespeito aos direitos humanos? Ainda mais que tudo foi para atender à especulação imobiliária?
E por que os colonistas e amestrados só justificam e defendem o crime cometido contra 1,7 mil famílias do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, em São Paulo? São seis mil pessoas que há oito anos construíram e montaram suas casas com muito sacrifício e as viram invadidas por policiais truculentos e derrubadas por poderosas máquinas com todos os seus pertences dentro: móveis, sofás, geladeira, televisor, aparelho de som, documentos e até os brinquedos das crianças. Tudo para atender aos interesses do megaespeculador Najis Nahas, que mora numa espetacular mansão.
O terreno onde as famílias construíram suas casas pertenceu a uma família que foi chacinada na década de 1960 e há indícios de ter sido grilada. O deputado federal Protógenes Queiroz, do PCdoB de São Paulo, e ex-delegado da Polícia Federal, conhece muito bem o mega-especulador Naji Nahas, tendo-o prendido durante a Operação Satiagraha, está investigando como o terreno foi parar logo nas mãos do mega-especulador.
Já que a velha mídia omite, é oportuno lembrar que Naji Nahas quebrou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro causando um tremendo prejuízo, deixando um rastro de dívidas, mas os seus bens não foram alcançados. Ele era dono da holding Selecta S/A que faliu fraudulentamente segundo constatou a Justiça do Rio de Janeiro. Ele foi condenado, mas recorreu ao Superior Tribunal de Justiça onde o processo ficou engavetado até a prescrição do crime, livrando-o, portanto, da condenação.
A exemplo do megaguabiru Daniel Dantas, dono do Banco Opportunyt, Naji Nahas sabe que somente na primeira instância corre perigo, mas ao chegar nos tribunais superiores – STJ e STF – ele se safa. Quando foi preso durante a Operação Satiagraha, Naji foi beneficiado com o habeas corpus canguru concedido pelo ministro do STF, Gilmar Mendes (ou Gilmar Dantas, conforme o jornalista Ricardo Noblat).
Enquanto as seis mil pessoas – crianças, idosos e doentes – perderam tudo o que tinham graças à truculência da Polícia Militar e Guarda Municipal tucanas, o mega-especulador comemora a barbárie em sua mansão – com quadra de tênis, piscina, aquecedor e até elevador. Isto causa indignação em todas as pessoas de bem, menos no baronato da mídia e em seus colonistas e jornalistas amestrados.
Para protestar e denunciar a cobertura injusta que a Rede Globo deu ao caso, o jornalista Pedro Rios Leão entrou em greve de fome em frente à emissora da famiglia Marinho. Esta notícia é negada aos brasileiros pela velha mídia conservadora, venal e golpista.
O desrespeito aos direitos humanos ali foi tão gritante que juristas e entidades comprometidos com a democracia denunciaram o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e à Organização das Nações Unidas. O manifesto é encabeçado pelo notável jurista Fábio Konder Comparato e subscrito por mais de 130 juízes, promotores, procuradores e defensores públicos, advogados, jornalistas e professores universitários.
Na cidade de Massapê, a 272 Km de Fortaleza, governada pelo tucano João Pontes Mota, o garoto Paulo Izaquiel de Souza, de 12 anos, morreu no último sábado (28.01.2012) ao comer alimento estragado que estava no lixão municipal, onde ele catava material reciclável. Isto é desrespeito aos direitos humanos, mas os amestrados não veem assim.
Em Cuba, senhores amestrados, isso não acontece. Até porque, apesar do criminoso embargo comercial, político, econômico e financeiro imposto pelo império do Norte há mais de meio século, todos na Ilha tem garantido o sagrado direito à alimentação. Ali, a mortalidade infantil é a menor do mundo, sendo a metade da verificada nos Estados Unidos, onde 55 milhões de pessoas não tem nenhum acesso à saúde pública. Saúde e educação em Cuba são prioridades absolutas.
Mais de 700 brasileiros, sendo mais de 60 cearenses, estudam gratuitamente na Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), sendo que 600 já se formaram ali e hoje trabalham em suas comunidades. Professores cubanos ajudaram a erradicar o analfabetismo na Venezuela de Hugo Chávez e na Bolívia de Ivo Morales que os amestrados brasileiros os chamam de ditador e cocaleiro.
Nenhum país respeita mais os direitos humanos que Cuba. Seria bom que os amestrados fossem passar pelo menos 15 dias no Território Livre das Américas.
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