quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Aquário do Ceará; os malefícios

Dárdano Nunes de Melo - Téc. em turismo e prof. do IFCe 
O Governo do Ceará como idealizador do projeto tem apregoado que o empreendimento, o maior do gênero na América Latina, será a redenção econômica de Fortaleza, contribuindo para eliminar a pobreza na periferia e no centro, irá gerar 18 mil empregos, vai atrair 1,2 milhões de turistas, e renderá 21,5 milhões de dólares ano. 
A partir de que informações técnicas se chegou a certeza que o empreendimento trará este número de turistas? Cadê o contrato com as operadoras de turismo(primeiro se garante o mercado para depois fazer o negócio)? Que perfil econômico tem estes possíveis turistas para pagar o empreendimento? De onde virão estes turistas? Há linhas internacionais e voôs charters? Haverá sazonalidade de fluxo? Que capacidade de carga turística tem o espaço físico da Praia de iracema para comportar, em períodos de pique, uma demanda de mais de um milhão e duzentos mil turistas? Por que não escolher outra área ainda não qualificada urbanisticamente? E a mobilidade do transito? Com a implosão da demanda como ficará a qualidade e a capacidade do receptivo turístico? Como se chegou a 18 mil empregos se em estudos de empregabilidade hoteleira o fator gerador máximo é de um para oito e o aquário só irá gerar 250 empregos diretos? Que efeito multiplicador econômico(direto ou indireto) leva a uma receita de 21,5 milhões de dólares ano. Qual o benefício social direto e que instrumentos de sócio- economia solidária serão produzidos com esta nova economia. Por que a administração será entregue a iniciativa privada?

O Ibama prende aficcionados por pássaros silvestres por mante-los em gaiolas de ferro e por que não prender o responsável do Aquário por prender peixes em gaiolas de vidro(só porque é governador!)? O Povo pobre de Fortaleza ainda não atingiu a escala que prioriza o lazer e o divertimento em função das outras necessidades já estarem satisfeitas. O Aquário não é para o povo simples de Fortaleza. O turista que tem dinheiro vem dos países ricos e está comprovado que ele prefere o recurso natural e o ecoturismo, o que a natureza já nos presenteou fartamente, inclusive com muito sol.
O projeto não tem sustentabilidade turística, econômica, social ambiental e muito menos legal. O desenvolvimento do turismo mais uma vez foi usado como tapume para esconder o abandono que se encontra a
educação, a saúde, a segurança e a empregabilidade.Que falta faz trezentos milhões de reais nestes setores!

Enviado por Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior memorialista

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