sábado, 2 de março de 2013

Eliane Novais rebateu críticas feitas de Ciro Gomes a Eduardo Campos


Durante pronunciamento Eliane Novais rebateu críticas feitas ao Presidente Nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Na sessão plenária desta quarta-feira (27) a deputada estadual Eliane Novais (PSB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa para rebater os comentários do ex-deputado federal Ciro Gomes, que criticou o presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro(PSB), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
O irmão do governador Cid Gomes (PSB) afirmou que, embora seja pré-candidato a presidente, Campos não conhece o Brasil nem tem projeto para o País e nem estrada para ser um presidente da republica.
Durante seu pronunciamento Eliane Novais(PSB) lamentou o que considera desconhecimento por parte de Ciro da trajetória política de Campos e do próprio partido. "A impressão que fica é de que, para Ciro, ninguém é preparado para ser presidente, só ele mesmo". Ela lembrou que, em 2010, ele chegou a afirmar que José Serra (PSDB) era mais preparado que Dilma para governar o País. E destacou ainda que considera a postura de Ciro incoerente.
A deputada ainda citou as palavras do atual vice-presidente do Partido Socialista Brasileiro(PSB), Roberto Amaral, quem lamentou a postura do correligionário. `` O PSB não nasceu hoje. O PSB é herdeiro das lutas sociais que construíram nossa história. É o partido de nomes como Antônio Houaiss, Jamil Haddad, e Miguel Arraes (...) A história dá legitimidade para dizer que o PSB tem um espaço próprio na política brasileira. O partido é, do ponto de vista programático, político, ideológico, moral, histórico, existencial, contra tudo o que representa o neoliberalismo, como tese, e como experiência brasileira. E nesse sentido, a tarefa de hoje, como insiste o próprio presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, é vencer 2013 e nele assegurar à presidente Dilma o apoio político e social de que carece para vencer a crise agravada. Por isso, discutir sucessão presidencial, sejam quais forem as motivações, desde nobres, mas equivocadas, àquelas movidas pela pequena política, é um desserviço à democracia e ao país´´, colocou a socialista.

Veja o pronunciamento na íntegra
Deputadas e deputados,
Venho a esta tribuna para lamentar a mais nova declaração infeliz do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes que usou recentemente um espaço que tem como comentarista esportivo na rádio Verdes Mares para agreo governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, cujo nome está sendo colocado na mídia nacional como possível candidato à Presidência da República nas eleições de 2014.
Na entrevista transmitida no último sábado (23), na rádio Verdes Mares, Ciro disse que nem o presidente nacional do PSB nem os demais prováveis candidatos Aécio Neves e Marina Silva têm proposta para o país. Disse ainda que o presidente nacional do PSB, Eduardo Campo, não tem estrada, não conhece o Brasil e não tem nenhuma visão.
Deputadas e deputados,
Lamentavelmente esta é somente mais uma declaração do ex-governador e ex-deputado federal Ciro Gomes que entra para a sua vasta coleção de frases infelizes. Com esta declaração, Ciro demonstrou apenas duas coisas: profundo desconhecimento sobre a vida pública do governador de Pernambuco Eduardo Campos e profundo desconhecimento também do partido socialista brasileiro, partido do qual, ironicamente, Ciro faz parte.
Quero aqui, fazer somente uso das mesmas palavras do vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, que respondeu as declarações de Ciro: “Lamento profundamente a opinião desinformada de Ciro sobre a visão de Eduardo Campos, seja sobre a crise econômica, que tanto tem denunciado, seja relativamente à sua visão de Brasil, que não é só dele, mas do Partido. Eduardo Campos sintetiza o pensamento acumulado pelo PSB, que, desde 1985, data de sua reorganização, vem estudando o país e formulando programas de governo. Pelo menos teoricamente, Ciro Gomes conhece os documentos de seu Partido”, disse Roberto Amaral em nota de resposta às declarações de Ciro.
Portanto, deputados e deputadas,
Quando Ciro afirma que Eduardo não tem proposta para o País, está dizendo o mesmo do PSB. Ele agride não apenas o presidente Eduardo Campos, mas o próprio partido do qual faz parte. Isto porque o que Eduardo Campo tem defendido ao longo de sua vida pública tem origem nos inúmeros documentos, projetos, programas de governo que o PSB vem produzindo nos seus mais diversos seminários, congressos e encontros ao longo dos últimos anos.
E é bom que se diga: diferente de Ciro, Eduardo tem mais de 20 anos de filiação ao PSB. Começou sua vida política como militante estudantil, na universidade. Acompanhou toda a riquíssima trajetória política de seu avô, o saudoso Miguel Arres, uma grande referência da esquerda no Brasil, um cearense, da família Arraes do Cariri (e é bom que a sociedade se pergunte: onde estavam os Arraes na época do golpe militar? E onde estavam os Ferreira Gomes?).
Eduardo Campos foi ainda deputado estadual e deputado federal. Neste cargo, aliás, sempre recebeu destaque na avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) e sempre se manteve na lista dos cem parlamentares mais influentes do Congresso. Foi ainda ministro da república no Governo Lula e está em seu segundo mandato como governador de Pernambuco – um governo que tem a melhor avaliação do Brasil. A trajetória política de Eduardo Campos, portanto, demonstra que ele tem bagagem para alçar vôos maiores na política, caso esta seja sua vontade e também o desejo do PSB. Embora ainda seja cedo para antecipar o debate eleitoral, o partido tem ciência de que Eduardo é hoje o quadro mais apto dentro do PSB para uma possível candidatura própria para 2014, algo que só será debatido no momento certo e na instância correta, conforme tem frisado o próprio presidente nacional do PSB.
Deputadas e deputados,
Atacar aliados e adversários parece ser algo comum na vida pública do ex-ministro Ciro Gomes. Quem não se lembra que em 2010, às vésperas da campanha eleitoral para a presidência da república, ele afirmou categoricamente que o então pré-candidato tucano, José Serra, era mais preparado, era o nome mais legítimo e era mais capaz para governar o Brasil que Dilma. Hoje vemos o governo Dilma com grande aceitação na sociedade, embora passe por momento de dificuldade. E Serra sendo rejeitado até nas últimas eleições para a prefeitura de São Paulo. Bom lembrar que o ex-governador Ciro, aliás, já havia falado algo parecido há alguns anos atrás do ex-presidente Lula. E agora, tenta colar a mesma pecha em Eduardo Campos.
Isso demonstra uma forma bastante personalista e individual de fazer política. A impressão que dá é de que para Ciro, ninguém é preparado para ser presidente, a não ser ele mesmo. Mas isso é natural de Ciro, que nunca teve cultura partidária (basta ver a coleção de legendas pelas quais passou em sua vida política). Parece, enfim, não saber conviver com o que não lhe convém pessoalmente na política. O resultado disso é que hoje é uma voz isolada dentro do PSB.
Quer ele queira ou não, a palavra final sobre a possível candidatura de Eduardo Campos à Presidência em 2014 será dada pelo partido. No momento certo e na instância correta. E toda e qualquer decisão dos rumos do PSB será precedida de uma ampla discussão nas bases do partido e na sociedade, respeitando as diferenças de pensamento. A decisão não sairá da cabeça imaginária dele, assim como não saiu quando ele mesmo quis ser candidato a presidente e teve seu nome rejeitado pela grande maioria do PSB.
O que ele precisa é respeitar a história do PSB e os seus dirigentes. Mas, infelizmente, a prática do respeito e da humildade parece estar distante de sua conduta. Papa Bento XVI, no alto de seu poder dentro da Igreja, soube praticar como poucos o exercício da humildade. Ciro deveria se guiar neste exemplo.
Deputadas e deputados,
Finalizo meu pronunciamento fazendo uso mais uma vez das palavras do vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, que foram divulgadas em artigo recente:
O PSB não nasceu hoje. O PSB é herdeiro das lutas sociais que construíram nossa história. É o partido de nomes como Antônio Houaiss, Jamil Haddad, e Miguel Arraes.
Um partido que surgiu em 1947 no bojo da esquerda democrática após a luta contra o Estado Novo. Lutou contra a ditadura, quando seus militantes atuaram na clandestinidade, e a favor do socialismo e da democracia. Iniciada redemocratização, se reorganizou e defendeu o presidencialismo, o mandato de quatro anos, a penalização da tortura como crime inafiançável, o direito de greve, o turno de seis e a jornada de 40 horas, a unicidade sindical, a reforma agrária, o monopólio estatal do petróleo e dos minerais estratégicos.
Em 1989, foi um dos fundadores da Frente Brasil Popular, que levou Lula ao segundo turno. O PSB foi opositor ferrenho do governo Collor e teve atuação destacada no seu impeachment. Apoiou Lula em 1994 e 1998 e fez diuturna oposição aos governos FHC. Em 2010, alinhou-se desde cedo na campanha de Dilma Rousseff. Integra, portanto, os governos de centro-esquerda desde seu primeiro dia.
O PSB é um partido que hoje defende o aprofundamento das conquistas econômicas e a institucionalização dos avanços sociais e a continuidade do projeto de centro-esquerda, comprometido com a emergência das massas, a criação e distribuição de riquezas, a defesa da soberania nacional, o desenvolvimento econômico e a cidadania. Um projeto que não é mais do PSB nem do PT e dos demais partidos que compunham a Frente Brasil Popular. Um projeto que pertence hoje à sociedade brasileira.
A história dá legitimidade para dizer que o PSB tem um espaço próprio na política brasileira. O partido é, do ponto de vista programático, político, ideológico, moral, histórico, existencial, contra tudo o que representa o neoliberalismo, como tese, e como experiência brasileira. E nesse sentido, a tarefa de hoje, como insiste o próprio presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, é vencer 2013 e nele assegurar à presidente Dilma o apoio político e social de que carece para vencer a crise agravada. Por isso, discutir sucessão presidencial, sejam quais forem as motivações, desde nobres, mas equivocadas, àquelas movidas pela pequena política, é um desserviço à democracia e ao país.
Muito obrigada!
Fonte: Assessoria de Comunicação: 

Nenhum comentário: