segunda-feira, 4 de março de 2013

Piso Nacional


As pessoas não compreendem porque tão grave e tanto movimento de educadores. É muito simples.
 A mais alta corte de justiça do país já disse que desde 2011, o piso nacional é obrigação do ente público e direito do trabalhador da educação.
 Isso significa entre outras coisas, para que se entenda bem, que desde o reconhecimento do direito alguém está sendo lesado e, no caso, é o educador.
 Quando se propõe algo que é abaixo do piso, não é aumento, nem se quer é recomposição. Pode ser, quando muito um encurtamento na distância entre aquilo que é obrigação de um e direito de outro. 
Existe no meio dos gestores públicos a idéia equivocada de que com grandes investimentos em estrutura física e tecnologia se fará a melhoria da qualidade de ensino. Isso mostra apenas que não conhecem a realidade do trabalhador, do assalariado.
 Claro que investimento nessas áreas contribuem. No entanto, o que é decisivo é a satisfação e o comprometimento dos profissionais que começa pelo salário digno, pontual, hora atividade, incentivos para a formação continuada e quadro de carreira.
 Por analogia, imagine um time de futebol, desses que você torce e que assiste todos os jogos, conhece os jogadores e de repente começa a não produzir,a pesar de dedicarem em treinamentos, fazerem tudo certinho mas, o resultado não vem.
 Em dado momento alguém procura saber o que está criando essa situação ruim e faz a grande descoberta que o “salário está atrasado” e que isso mexe com o dia-a-dia dos atletas, que possuem compromissos, tais como sustento da família, aluguéis, financiamentos, estudos, saúde, etc.
 Quantas vezes, nas cidades brasileiras o salário esteve atrasado e é pago sem correções, enquanto o trabalhador vai ao comércio e paga com juros ou multas contratuais, quando não se perdem direitos.
 A situação do educador que não recebe o piso nacional e movimenta-se organizadamente para reivindicar é situação idêntica.
 Além de  todos esses compromissos, exige-se do educador a formação continuada, que precisa dispensar tempo, custa e nem sempre tem a garantia de ascensão graças ao quadro de carreira.
 Quantas cidades que não pagam o piso e colocam na responsabilidade do educador a qualidade do ensino?
 Tento imaginar quantas desculpas os gestores tem utilizado para negar o direito a uma remuneração justa.
 Será que eles têm sido criativos ou repetem as velhas e superadas ladainhas que não tem recursos e que a folha de pagamento está comprometida.
 E tem alguns ainda que pedem tempo como se os compromissos fossem adiáveis indefinidamente ou que a formação ou qualificação profissional para a qual precisa motivação pudesse também ser indefinidamente adiável, sem que atribuíssem ao educador a responsabilidade quando não se alcança os avanços desejáveis no processo educacional. 
Então, vamos fazer o seguinte: cumprir o piso e acompanhar anualmente o quanto a responsabilidade e a motivação dos educadores contribuirão para a melhoria do ensino.
 É pagar prá ver.
Hilda Suzana Veiga Settineri

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