quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dilma Rousseff anuncia R$ 9 bi para combate à seca

Diante do agravamento da seca no semiárido nordestino, já considerada a pior dos últimos 50 anos, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira mais R$ 9 bilhões em recursos voltados a ações emergenciais. Com isso, passa a R$ 16,6 bilhões o montante total de dinheiro federal destinado ao combate aos efeitos da seca.
O anúncio foi realizado em reunião do conselho deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Fortaleza, junto a governadores da região.
Para a expansão da oferta de água, Dilma anunciou um incremento de 30% no número de caminhões pipa do Exército que atendem o semiárido, que passarão a ser 6.170 em 777 municípios. Levantamento mais atualizado aponta que 1.415 cidades de Nordeste estão em situação de emergência por conta da seca.
O governo federal também se comprometeu a entregar 240 mil novas cisternas para consumo este ano. Como diz o nome, este equipamento é voltado apenas para a água de consumo doméstico. Existem também as cisternas dedicadas à produção agrícola ou alimentação animal. Dessas, Dilma prometeu entregar 27 mil até o final do ano.
Como já vinha dizendo em suas últimas passagens pelo Nordeste, a presidente garantiu que os programas emergenciais de combate aos efeitos da seca, como o Bolsa Estiagem e o Garantia Safra, serão mantidos até que chova satisfatoriamente na região, o que não deve acontecer tão cedo.
Também foi ampliada em R$ 350 milhões a linha de crédito emergencial para a seca, que até o momento disponibilizou R$ 2,4 bilhões por meio de 293 mil operações.
A União anunciou ainda a ampliação do prazo das dívidas dos agricultores instalados nos municípios com situação de emergência decretada. Os produtores familiares poderão pagar em dez anos as dívidas do crédito rural contraídas entre 2012 e 2014, com primeira parcela em 2016. Para os empresários de maior porte, o primeiro pagamento ficou para 2015, com os mesmos dez anos de prazo.
Apesar de lembrar que a atual seca não produziu os mesmos efeitos devastadores de outros tempos sobre a população, que hoje conta com rede de proteção social, a presidente admitiu que as medidas adotadas pelo governo não conseguiram evitar o colapso na cadeia produtiva do semiárido.
"É incorreto dizer que esses investimentos produziram todos os resultados que nós queríamos. Devemos constatar que os desafios de enfrentar os efeitos da seca na esfera produtiva persistem. Teremos que enfrentar esses desafios", disse a presidente.
Fonte: Jornal O Valor

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