terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A saga dos professores em Fortaleza

Por Djacyr de Souza: A vida dos professores da rede municipal de Fortaleza não tem sido fácil e a forma como vem sendo tratadas pelos governos dos últimos anos está provocando males à educação e por consequência tirando qualquer desejo de uma boa ação no fazer pedagógico. Greves sucessivas, perda de direitos e a falta de democracia nas escolas têm se tornado comum nos últimos anos e a consequência imediata disso é falha na qualidade de ensino, fazendo com que a capital seja sempre muito mal avaliada.
Hoje está aí um novo poder e a pasta da educação capitaneada pelo senhor Ivo Ferreira Gomes vem promovendo grandes desmandos, que acabam gerando caos e promovendo perdas para a população que procura o ensino público. No primeiro momento a atual administração destrói dois projetos que davam suporte pedagógico às escolas: Os Laboratórios de Informática Educativa e as Salas de Leitura nas quais professores foram selecionados e treinados para tal e mesmo apresentando projetos e ações não foram reconhecidos pelo gestor da educação municipal. Infelizmente essas salas foram transformadas em depósitos de alunos, enrolação na falta de professores e muitos hoje estão completamente obsoletos e sucateados (os laboratórios).
Além disso, vários problemas foram gerados como o não cumprimento da carga horária do aluno, fechamento de creches de ensino infantil e, pasmem, um tal reordenamento que mexeu na vida dos professores e dos alunos que fizeram história de vida nas escolas e hoje terão que deixá-las por um mero capricho do gestor, que até ouve a classe para dar uma de democrata, mas acaba fazendo o que quer para mostrar que quem manda é ele.
Há também o sucateamento proposital das turmas de Educação de Jovem e Adultos, retiradas dos professores de educação física das séries iniciais, transformando a recreação – que é prática pedagógica dos educadores físicos – em objeto de experiências.
Muitas mudanças estão sendo feitas à revelia da lei e até as licenças para cursos de pós-graduação vêm sendo negadas em sua íntegra. Existe ainda a retirada de matérias da grade curricular e alguns professores estão dando aulas que não são de sua formação específica, o que denota que não há compromisso real com a educação.
Paulatinamente a educação está sendo destruída de forma vil e com mensagens mentirosas de meritocracia que não foram obedecidas em nenhuma das seleções promovidas, pois, ao final, há sempre uma entrevista que acaba ditando as cartas do certame. E aí o que fazer? Na realidade é preciso que os órgãos relacionados à educação, como sindicatos, Conselho de Educação, Ministério Público, comissões de Educação da Assembleia Legislativa e Câmara Municipal, façam alguma coisa ou inquiram o senhor Secretário a explicar o impacto destas mudanças na vida administrativa da cidade, embora saibamos que o mesmo não é muito afeito a dar explicações dos seus atos, preferindo agir de forma grosseira e arrogante contra os que lhe contestam e proferindo palavrões aos que se insurgem contra seu modo nefasto de gerir a educação da cidade.
Se não houver ação do povo, se não houver união dos grupos de defesa dos direitos populares, nossa educação vai sim sucumbir diante de um modelo administrativo perverso, sem cara e cruel em todos os sentidos.
Djacyr de Souza, professor
https://www.facebook.com/djacyr.desouza

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