domingo, 30 de março de 2014

Cinismo e hipocrisia de um tucano em alta dose

Reproduzido do Blog do Zé Dirceu: Divergem mais uma vez, hoje, dois tucanos de alta plumagem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador paulista José Serra. Desde o início do ano passado, FHC lançou a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República e tornou-se o principal patrono dela, numa estratégia para alijar Serra da disputa pelo Planalto, para a “fila andar”, como dizem alguns tucanos.
Mas hoje Serra e FHC divergem por outro motivo, na análise da pesquisa CNI/IBOPE divulgada esta semana. Na interpretação de José Serra, o levantamento indica que a presidenta Dilma Rousseff está “derretendo”. Já para o ex-presidente tucano, o levantamento de opinião pública, a essa altura não tem tanta importância assim porque “o cenário eleitoral ainda não está posto” – há tempos FHC tem essa posição de que a campanha eleitoral e a disputa presidencial só esquentem mesmo depois da Copa do Mundo, a partir de agosto.
Mas essa divergência entre os dois sobre a pesquisa nem é o que chama mais atenção nas notícias publicadas sobre eles hoje pelos jornalões. Interessante mesmo é a peculiar visão externada pelo ex-governador José Serra sobre alternância no poder. Ao falar ontem, ele defendeu alternância já no poder federal, a substituição do governo do PT. Mas não defende alternância em São Paulo, pelo contrário, onde o PSDB se reveza no poder estadual há 20 anos, com três governadores – ele, Geraldo Alckmin e Mário Covas.
Depois de defender a alternância no poder no Planalto, questionado se o mesmo deve ocorrer em São Paulo, onde o PSDB é governo desde janeiro de 1995 (1ª gestão Mário Covas), tergiversou e em seguida mudou o discurso: “Continua (em SP) PSDB ou não? Tem que escolher qual é a melhor saída. Não há lei a esse respeito, que é obrigado a ter alternância de partido. Aqui (SP) não há nenhuma máquina sendo usada de maneira esmagadora para impedir alternância”.

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