quinta-feira, 26 de junho de 2014

Quando os meios de comunicação irão servir nosso país?

Por Reginaldo Alexandre Martins
Toda indústria cultural de marketing e propaganda – televisão, rádio, jornais e revistas, portais da internet – com seus grandes lobistas e grandes marcas, faz o que quer.
Um exemplo disso são os grandes eventos, quando esta indústria ganha rios de dinheiro, como ocorre com a atual Copa do Mundo – cujo investimento já chega aos R$ 8 bilhões, de 2010 até agora.
Vale lembrar que não há regulamentação específica do uso do “marketing & propaganda” nestes eventos tão vultosos, o que quer dizer que as empresas deste ramo de atividade não têm compromisso nenhum com o bem-estar social de nossa população quando lida com tamanhas somas de dinheiro.
Caro leitor, você seguramente percebeu minha indignação ante o fato de que estas grandes marcas deveriam reservar parte desses investimentos à educação em nosso país, pois suas campanhas publicitárias trazem muito lucro.
Deixo claro não ter nada contra a realização da Copa, até porque não podemos aceitar o discurso da oposição, que afirma que este evento não traz nenhum benefício, considerando que grande parte das obras de infraestrutura nas suas cidades-sede são muito mais rápidas por conta do mesmo – um legado que ficará para a posteridade.
Quanto à indústria cultural, a mesma precisa urgentemente passar por uma autêntica reforma institucional, garantindo a formação do nosso povo e evitando a alienação promovida pelos grandes capitais internacionais.
Tais meios deveriam promover princípios de relações exteriores, autodeterminação dos povos, com cooperação entre eles, e igualdade entre os estados, desenvolver ideais de independência nacional, fazer prevalecer os direitos humanos e do cidadão brasileiro, defender a paz com soluções pacíficas de conflitos, repudiar o terrorismo e o racismo.
O que vemos é o oposto: o lucro e a competição são sempre referenciados numa lógica oposicionista de “quanto pior, melhor”, o importante é vender, é indistintamente lucrar. Basta citarmos o mercantilismo escancarado de produtos como o álbum de figurinhas da Copa, várias marcas de bebida envolvidas, de combustíveis, e assim vai.
Nesse quadro geral, infelizmente temos boa parte de uma audiência sem consciência, permitindo que notícias de programas em veículos de informação de vasta penetração agridam nosso patriotismo.
Isso é só a ponta desse iceberg da corrupção no futebol, que não erradica a pobreza e nem reduz as desigualdades sociais promovidas pelo grande capital internacional, que não aceita nossos ideais de soberania e dignidade humana, de uma sociedade livre, justa e solidária.
O desenvolvimento nacional precisa criar no povo brasileiro o espírito de não submissão às perdas de seus recursos naturais, suas fontes de riqueza, que se bem administradas e sem a intervenção da indústria cultural golpista – que deve milhões ao Estado e impede que grandes reformas estruturais como as dos meios de comunicação aconteçam – podem viabilizar consideráveis avanços nos campos sociais.
Seremos sempre manipulados enquanto não combatermos a violência, o sensacionalismo e esta política nefasta de privatizações corruptíveis disseminados pela indústria cultural visando promover exclusivamente seus interesses não mais que corporativos, financiando a alienação, cooptando partidos e esferas de governo lançando mão da compra de votos e do marketing da mentira e da informação desencontrada, deturpando a opinião pública.
Leia o Blog do Che: www.opiniaodoche.blogspot.com.br

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