Dilma venceu essa eleição, mas o PT perdeu. Isso é fato.
Uma nova realidade política surgiu, no Brasil, após a realizações destas eleições. E se quisermos que o segundo mandato de Dilma seja bem sucedido, então não poderemos cometer o erro de negar esse fato.
De 89 deputados federais eleitos pelo PT em 2010, agora esse número foi de apenas 70. Até o PCdoB, aliado mais fiel e antigo do PT em eleições presidenciais (estão juntos desde 1989) encolheu, passando de 15 para 10 deputados federais eleitos.
A derrota deles somente não foi maior porque elegeram vários governadores importantes em estados que não governavam (PT conquistou Minas Gerais e o PCdoB conquistou o Maranhão). Mas para o Congresso Nacional a derrota foi acachapante. Isso é inegável.
E é claro que isso aumentou a dependência do governo Dilma em relação aos partidos mais conservadores da chamada 'base aliada' (PMDB, PSD, principalmente).
Somente assim será possível reduzir a força da oposição no Congresso Nacional, evitando que um processo de Impeachment venha a ser aberto contra Dilma.
Mas o principal, para mim, agora, é que o governo Dilma deveria promover a redução da instabilidade econômica, que foi provocada, em grande parte, por um significativo agravamento da situação da economia internacional em 2014. E isso explica a escolha de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini para comandar a economia brasileira.
Neste ano, a Zona do Euro despencou rumo a uma crise Deflacionária (que é a ante-sala de uma Grande Depressão), o Japão mergulhou numa recessão muito forte, a China desacelerou ainda mais o seu ritmo de crescimento econômico (que caminha para um patamar próximo a 7% ao ano, contra quase 12% ao ano no primeiro trimestre de 2010), a Rússia sofreu uma piora sensível da sua situação econômica devido à forte queda dos preços do barril de petróleo, que responde pela maior parte das suas exportações e muitos outros países emergentes também sofreram com esse cenário, passando por um forte ajuste em suas economias.
Mesmo os EUA, que parecem estar crescendo mais rapidamente neste momento, vem de um longo período de recessão e de estagnação econômica, sendo que a sua taxa de desemprego ainda é bem maior do que era antes do início da crise econômica de 2007-2008. Logo, o seu crescimento se dá sobre uma base econômica reduzida. Uma nova realidade política surgiu, no Brasil, após a realizações destas eleições. E se quisermos que o segundo mandato de Dilma seja bem sucedido, então não poderemos cometer o erro de negar esse fato.
De 89 deputados federais eleitos pelo PT em 2010, agora esse número foi de apenas 70. Até o PCdoB, aliado mais fiel e antigo do PT em eleições presidenciais (estão juntos desde 1989) encolheu, passando de 15 para 10 deputados federais eleitos.
A derrota deles somente não foi maior porque elegeram vários governadores importantes em estados que não governavam (PT conquistou Minas Gerais e o PCdoB conquistou o Maranhão). Mas para o Congresso Nacional a derrota foi acachapante. Isso é inegável.
E é claro que isso aumentou a dependência do governo Dilma em relação aos partidos mais conservadores da chamada 'base aliada' (PMDB, PSD, principalmente).
Somente assim será possível reduzir a força da oposição no Congresso Nacional, evitando que um processo de Impeachment venha a ser aberto contra Dilma.
Mas o principal, para mim, agora, é que o governo Dilma deveria promover a redução da instabilidade econômica, que foi provocada, em grande parte, por um significativo agravamento da situação da economia internacional em 2014. E isso explica a escolha de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini para comandar a economia brasileira.
Neste ano, a Zona do Euro despencou rumo a uma crise Deflacionária (que é a ante-sala de uma Grande Depressão), o Japão mergulhou numa recessão muito forte, a China desacelerou ainda mais o seu ritmo de crescimento econômico (que caminha para um patamar próximo a 7% ao ano, contra quase 12% ao ano no primeiro trimestre de 2010), a Rússia sofreu uma piora sensível da sua situação econômica devido à forte queda dos preços do barril de petróleo, que responde pela maior parte das suas exportações e muitos outros países emergentes também sofreram com esse cenário, passando por um forte ajuste em suas economias.
A América Latina também sofreu fortemente com a crise em 2014 e seu crescimento, de 1,1%, será o menor em 5 anos, segundo a Cepal. No início de 2014, a previsão da Cepal era de um crescimento bem maior para a região (de 2,7%). Agora, o mesmo será de apenas 1,1%.
Neste cenário, pode-se considerar como sendo uma grande conquista o fato do Brasil ter reduzido o desemprego e elevado a renda real dos trabalhadores. Segundo dados oficiais do IBGE, a taxa de desemprego ficou em apenas 4,8% em Novembro e o rendimento médio real dos trabalhadores aumentou 2,7% em relação ao mesmo mês de 2013 (ver link abaixo). E mesmo num cenário de dificuldades, como foi o do ano de 2014, as vendas nos supermercados brasileiros cresceram 2,16% no acumulado do ano (até Novembro).
Entendo que o segundo mandato do governo Dilma deve focar nas duas grandes mudanças que ela tem que, pelo menos, tentar promover.
A primeira delas é uma Reforma Política (mesmo que gradual), que elimine o financiamento privado de campanhas eleitorais, acabe com as coligações para eleições legislativas e crie uma cláusula de barreira para um partido ter representação no Parlamento, exigindo-se um percentual mínimo de votos para que um partido político possa estar presente no mesmo (esse percentual poderia ser de, pelo menos, uns 2%).
Também é fundamental criar um sistema alternativo de comunicação para que o governo federal possa divulgar as suas realizações, enfatizando a crescente importância da Internet e das redes sociais (Facebook, Twitter, WhatsApp, Blogs, etc), aumentando a sua participação nas mesmas. Somente assim a população brasileira tomará conhecimento das suas realizações.
Recentemente vimos que, segundo a pesquisa CNI-Ibope, a aprovação da presidenta Dilma subiu de 48% (em Setembro) para 52% (em Dezembro), mesmo com todo o bombardeio midiático contra o governo e a Petrobras, em especial.
Mas isso somente aconteceu porque a população tomou conhecimento das inúmeras realizações de seu governo (bem como dos de Lula) durante a campanha eleitoral no rádio e na TV.
Antes da campanha eleitoral começar no rádio e na TV, a aprovação do governo Dilma (pesquisa CNI-Ibope; índice de ótimo-bom) era de apenas 31%. Em Dezembro, segundo a pesquisa CNI-Ibope, esse índice chegou a 40%.
Assim, quando a população fica sabendo o que o governo federal está fazendo, a aprovação de Dilma sobe. Isso acontece porque a Grande Mídia limita-se a baixar o sarrafo o tempo inteiro sobre o governo Dilma, escondendo da população as inúmeras realizações do mesmo.
Isso demonstra o quanto é importante criar esse sistema alternativo de comunicação, que mostre para a população tudo o que o governo Dilma está fazendo em todo o país, com obras impactantes, como: usinas hidrelétricas de Jirau, Belo Monte e Santo Antônio; Transposição do Rio São Francisco; ferrovias Norte-Sul, Transnordestina e Leste-Oeste.
Além disso, e como Dilma já se comprometeu a fazer, no segundo mandato tem que se manter intactas as conquistas sociais dos governos Lula e Dilma, procurando reduzir ainda mais as desigualdades sociais, a pobreza e a miséria no país, que ainda são imensas no Brasil.
Neste sentido, entendo que a promoção de grandes e crescentes investimentos em infra-estrutura urbana (transporte coletivo, saneamento básico, saude, educação, habitação, segurança pública) são fundamentais para que se possa atingir tais objetivos.
A aprovação, há pouco tempo, pelo Senado, de uma lei que permitiu a redução do endividamento de estados e municípios que haviam renegociado as suas dívidas(com condições de pagamento bastante ruins para os mesmos) na época do governo FHC, irá contribuir para o aumentos dos investimentos públicos nestes setores, que ainda deixam muito a desejar, em termos de qualidade, para os brasileiros.
Somente no caso da prefeitura de São Paulo, a redução da dívida será de 42%, com a mesma diminuindo de R$ 62 bilhões para R$ 36 bilhões. O projeto beneficia, no total, 180 municípios e 7 estados. No total, a redução do endividamento dos mesmos será de R$ 59 bilhões (R$ 24 bilhões dos estados e R$ 35 bilhões dos municípios).
Desta forma será possível, com investimentos públicos muito maiores do que os atualmente realizados na infra-estrutura urbana, melhorar ainda mais as condições de vida da população brasileira, mesmo com Dilma tendo que governar com uma aliança política mais conservadora neste segundo mandato.
É isso.
Por Marcos Doniseti - Guerrilheiros do Entardecer.
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