quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Corte político

A presidente Dilma Rousseff (PT) teve uma primeira semana de segundo mandato marcada pelo diálogo com o setor produtivo da economia brasileira. A reforma ministerial produziu bons resultados nos representantes dos bancos e das grandes empresas privadas nas posses dos novos ministros da área econômica. O ministro da Fazenda, o economista Joaquim Levy, já deixou bem nítido, a essa seleta plateia, o desejo da União em fazer superávit de 1,2% do PIB em 2015.
O Planalto procura demonstrar, nesses primeiros quinze dias, a necessidade do equilíbrio fiscal nos seus gastos públicos, por isso o corte orçamentário de despesas internas nas autarquias públicas. O populismo fiscal da era Lula já não faz parte da nova agenda administrativa do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) o exemplo maior é que o Tesouro Nacional não continuará bancando o aumento dos custos de energia elétrica, que serão repassados para os preços.
O crescimento esperado do PIB é de 0,8%, e a inflação que fechou 2014 em 6,41% deve ficar próxima de 6,5% nesse ano. A presidente Dilma Rousseff (PT) necessita de novas fontes de arrecadações tributárias para equilibrar as contas internas da União. O Planalto necessita cobrar a Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, que teve alíquota zerada em 2012.
A presidente Dilma Rousseff (PT) enfrenta uma onda de demissões nas principais  montadoras automobilística do Brasil, que vem ocorrendo de mês a mês, com o fechamento de 15 mil postos de trabalho desde novembro de 2013. Dilma Rousseff começa a enfrentar uma pressão dos setores sindicais e dos movimentos sociais que são contrários às novas políticas públicas na macroeconomia, que são interpretadas como sinônimos de desemprego e arrocho salarial.
O ministro da Fazenda, o economista Joaquim Levy, não poupa esforço para agradar ao setor financeiro e às entidades patronais em relação a sua nova política fiscal nas contas da União. O Planalto começa a temer o abandono das antigas bandeiras sociais durante os últimos doze anos de gestão petista em relação à nova classe média, que deverá passar por um período de arrocho salarial que sinaliza  o fim da expectativa do emprego pleno em alguns setores da economia brasileira.
A presidente Dilma Rousseff (PT) deverá fazer um corte político na sua base aliada nos setores dos movimentos populares no ano de 2015, em função do seu ajuste fiscal nas contas públicas do governo federal. O Partido dos Trabalhadores talvez não funcione como ator político de negociação pró-Planalto, mas como ator de pressão pró-movimentos sociais.
Por Luiz Cláudio Ferreira - Sociólogo - Jornal O Estado.

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