Por Patricia Duarte e Maria Pia Palermo
SÃO PAULO (Reuters) - O PT voltará às ruas para se conectar com sua base, ao lado de movimentos contrários à política econômica do governo, mas não pretende competir com o protesto de domingo, que teve dois alvos muito bem planejados, na avaliação do presidente do partido, Rui Falcão: o impeachment da presidente Dilma Rousseff e atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o presidente do PT, o principal é defender a democracia contra o que chama de "golpe", classificando de "manifestação raivosa" a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendendo que uma saída "honrosa" para Dilma seria a renúncia.
"Para nós, o foco principal é a defesa da democracia contra o golpe", afirmou Falcão em entrevista à Reuters na tarde desta segunda-feira, um dia após as manifestações que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas do país contra o governo.
Na próxima quinta-feira, diversas entidades representantes de movimentos sociais e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras organizações, marcaram manifestações em algumas cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, para defender o governo Dilma, que enfrenta a pior avaliação de um presidente desde o início dos anos 1990. Entre outras reivindicações, vão se posicionar contra a atual política econômica, mas o PT não.
"Nós apoiamos o dia 20 e não subscrevemos o manifesto de convocação, que quase que prioriza o fora (o ministro da Fazenda, Joaquim) Levy", afirmou Falcão, acrescentando que não acredita que, ao participar dessas manifestações, possa haver mensagens cruzadas ao PT.SÃO PAULO (Reuters) - O PT voltará às ruas para se conectar com sua base, ao lado de movimentos contrários à política econômica do governo, mas não pretende competir com o protesto de domingo, que teve dois alvos muito bem planejados, na avaliação do presidente do partido, Rui Falcão: o impeachment da presidente Dilma Rousseff e atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o presidente do PT, o principal é defender a democracia contra o que chama de "golpe", classificando de "manifestação raivosa" a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendendo que uma saída "honrosa" para Dilma seria a renúncia.
"Para nós, o foco principal é a defesa da democracia contra o golpe", afirmou Falcão em entrevista à Reuters na tarde desta segunda-feira, um dia após as manifestações que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas do país contra o governo.
Na próxima quinta-feira, diversas entidades representantes de movimentos sociais e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outras organizações, marcaram manifestações em algumas cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, para defender o governo Dilma, que enfrenta a pior avaliação de um presidente desde o início dos anos 1990. Entre outras reivindicações, vão se posicionar contra a atual política econômica, mas o PT não.
"O PT estará lá com carro de som, com bandeiras defendendo a democracia contra o golpe", afirmou ele.
"Vamos no dia 20 com essa expectativa de defender os direitos dos trabalhadores, defender a democracia contra o golpe e nos solidarizar com aqueles que querem algumas mudanças na atual política econômica."
No momento em que fala em se aproximar das bases sociais e fazer o PT voltar às suas origens, em retomar o diálogo com "olho no olho", Falcão disse que o partido não apoia integralmente a Agenda Brasil, proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em troca de uma certa blindagem ao governo no Congresso Nacional diante da chamada pauta-bomba proposta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo Falcão, cobrar por consultas do SUS é uma delas.
FHC RAIVOSO
Falcão avaliou que as manifestações de domingo, apesar de terem levado um número menor de pessoas às ruas do que em março, foram mais focadas, a favor do afastamento de Dilma e contra Lula. Dentro dessa organização, na avaliação dele, políticos da oposição aproveitaram o momento para aparecer.
"E teve essa manifestação raivosa agora do Fernando Henrique... Quem quebrou o Brasil três vezes não deveria pedir para a presidente renunciar", afirmou, defendendo que essa ofensiva da oposição veio diante do refluxo da tese do impeachment de Dilma na semana passada.
O presidente do PT reconhece que há insatisfação e críticas da população ao governo e disse que o partido errou ao aceitar financiamento empresarial. "Nós não tínhamos o direito de ficar parecido com os outros partidos nesta questão."
Sobre o governo, ele afirmou que não houve corrupção. "Dilma e o governo não estão envolvidos com corrupção."
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