segunda-feira, 4 de julho de 2011

Agrotóxicos no arroz, no feijão, na batata, no leite materno, no ar, nas chuvas...

Por Fernanda Borges - Quando adquire um produto no supermercado o cidadão brasileiro talvez não faça idéia dos riscos que está correndo de consumir um produto que fará mal à sua saúde a médio e longo prazo.
Dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comprovam que diversos tipos de alimentos ainda contam com resíduos de agrotóxicos extremamente deletérios à saúde humana.
O problema reflete a colocação do Brasil num ranking que chama a atenção pela seriedade do assunto; o país é o primeiro no mundo a alimentar o mercado de agrotóxicos.

Letícia Silvia, gerente de normatização da Anvisa ressalta que durante uma coleta de alimentos inspecionados pelo órgão no ano de 2009 foram detectados a presença dos produtos químicos em vários alimentos, como por exemplo; arroz, feijão, batata, cebola, pimentão, entre outros. Segundo ela, só o pimentão produzido no Paraná chegou a apresentar 80% de resíduos tóxicos. Outros alimentos como morango e uva apontaram 50% a 56% da presença dos venenos.
Um estudo levantado pelo órgão no município de Lucas do Rio Verde (MT) onde a produção de soja é predominante no meio agrícola, foram constatados a presença de resíduos tóxicos até mesmo na água da chuva. "Essa preocupação com a contaminação da água é outra questão muito séria que devemos observar. Os estudos feitos nessa cidade chegaram a apontar uma porcentagem de agrotóxicos até mesmo no ar de algumas escolas e também no leite materno das mulheres que vivem próximo às lavouras", diz Letícia.
Para Letícia, o único caminho para a mudança dessa realidade é uma participação efetiva da população para cobrar dos órgãos públicos a mudança e a proibição da comercialização de alguns insumos. "A saúde é um direito de todos e um dever do Estado. É preciso que todos estejam informados dessa realidade de consumo de alimentos com produtos químicos. É preciso que a própria sociedade se mobilize para mudar essa situação", diz.
Em busca de uma cultura sadia
A necessidade de mudança do modelo atual praticado na agricultura brasileira é urgente, afirma o dirigente do MST, João Pedro Stedile.
De acordo com o militante, a agricultura praticada atualmente no Brasil é inviável porque tem como principal interesse o capital, além de atuar contra a preservação da natureza sem responsabilidade social. "O que se está produzindo hoje são commodities por isso não há limites para a busca desenfreada do lucro", reforça.
Entre algumas práticas do agronegócio estão: uso de fertilizantes químicos, cultivo de mudas clonadas e monocultura. Stedile enfatiza ainda que esse modelo de produção busca a exploração da terra, energia (petróleo, hidrelétricas) e concentração cada vez maior de terras.
"Durante todo o século 20 o capitalismo esteve se inteirando das indústrias, hoje ele está no mercado financeiro produzindo uma aliança que faz os grandes proprietários de terra querer cada vez mais terra. O que se busca é aumentar o lucro, um aumento da demanda de trabalho temporário, a substituição de pessoas por máquinas e ainda usam do veneno", reforça.
Para Stedile, a necessidade da mudança é urgente e por isso é necessário a mobilização popular. "Precisamos defender nossas sementes, lutar contra os venenos e ser os principais protagonistas. Um caminho é estimular as prefeituras a priorizar os alimentos da agricultura familiar na merenda escolar, o que já se é limitado hoje a pelo menos 30%. Podemos aumentar essa porcentagem além de fazer com que o espaço da agricultura familiar seja priorizado e valorizado porque o alimento orgânico não deteriora com a natureza e é um alimento saudável", finaliza.
A metade da sociedade não dorme porque sente fome, a outra metade não dorme, porque tem medo dos que têm fome. "Josué de Castro"--
Dalete Soares de Souza - Educadora Popular
Não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome muito...Clarice

2 comentários:

richardjakubaszko disse...

Há uma escandalização vergonhosa nessa questão dos agrotóxicos nos alimentos que não se pode mais chamar de ingênua e muito menos de inocente ou idealista.
Não sei quem é a Fernanda, que assina este post, mas sei quem são os entrevistados, a Dra. Letícia, da Anvisa, e o líder do MTS, Stédile. Ambos têm interesse inconfessáveis nessa briga. Stédile quer provar que se a sociedade entregar ao MST terras para fazer reforma agrária eles só vão produzir alimentos orgânicos, e assim todo mundo vai passar fome, pois os orgânicos nunca conseguirão atender as necessidades de alimentos da população. Além de pagar muito mais caro, é óbvio. Mas o Stédile tenta, continua com esse discurso porque acha que é moderno e politicamente correto.
Já a Dra. Letícia, faz favor, devia parar com isso. Primeiro, pq ela é da Anvisa, e se tiver alguma prova do que diz, deveria é proibir a venda dos agrotóxicos com problemas, e depois, sim, viria a público dar a satisfação que os cidadãos merecem. O que ela tem de entender é que ela não é paga para fazer escândalos na mídia e muito menos para espalhar boatos ou pânico entre a população. Portanto, ela que seja profissional e funcionária pública honesta e competente, proíba o que tem de ser proibido.
Já a Fernanda Borges, que escreveu o texto, faça-me o favor, volta pra escola, moça. Agrotóxico na água da chuva? Mas isso é uma piada das mais sórdidas que já ouvi em mais de 45 anos como jornalista. Como?
Sobre os agrotóxicos presentes no leite de nutrizes no MT, já escrevi aqui no blog da Dilma sobre isso, e no meu próprio blog. Foi um estudo de uma estudante de políticas públicas para a área da saúde, orientado por um professor de química, ao qual já contestei, e a quem pedi as fontes e a metodologia desse estudo. Não apenas não informou, desde março último, assim como esse professpr vem enrolando a todos que a ele pediram essas informações. Portanto, não é uma fonte confiável, não tem credibilidade, e já foi vetor de outras notícias estapafúrdias desse nível no passado recente.
Assim, Fernanda Borges, volte pra escola, aprenda a usar suas fontes, estude um pouco sobre o que escreve, e deixe de ser tão biodesagradável.

Paulo Athayde disse...

Só queria lembrar ao Richard, que a Anvisa não tem poder para tomar tais decisões como as que se refere, o Congresso Nacional, infestado de lobbys dos grandes laboratórios é quem decide e dita as regras.

Sabe-se, inclusive, que no Brasil ainda se utilizam agrotóxicos/venenos que já foram banidos em seus países de origem.

Podemos chegar a uma situação inusitada, onde o grande produtor de alimentos e commodities que é o país, começar a ter seus produtos recusados no mercado internacional por serem "venenosos", demais.

Quantos aos "argumentos" listados para contestar o artigo acima, poderiam ser menos pessoais e/ou emocionais para ser mais 'técnicos' e esclarecedores.