terça-feira, 25 de outubro de 2011

Canadá pede opinião de Dilma sobre a crise internacional

Diogo Alcântara - Direto de Brasília -A presidenta Dilma Rousseff demonstrou preocupação com as indefinições europeias sobre a dívida soberana da Grécia, que traria risco de contágio para outras economias, agravando ainda mais a crise econômica mundial. Por telefone, o premiê canadense, Stephen Harper pediu a opinião brasileira sobre a crise, numa conversa prévia à reunião de cúpula do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.
"A presidenta evocou a experiência brasileira, disse que era importante assegurar responsabilidade fiscal, combater a inflação e manter um bom nível de reservas", disse o porta-voz da Presidência, Rodrigo Baena.

Harper telefonou na noite desta segunda-feira para a presidente Dilma Rousseff para falar sobre a reunião de cúpula do G20, que acontece em Cannes, na França, no início de novembro. Além de mencionar a crise na Europa, a presidente falou sobre o desempenho econômico do Brasil. Na opinião da presidente, o essencial é a busca do desenvolvimento sustentável, que consistiria em desenvolvimento social e criação de empregos, somados ao desenvolvimento econômico.
O premiê, que já esteve no Brasil, em visita oficial, combinou uma conversa bilateral com a presidente em Cannes e a convidou para uma visita oficial ao Canadá. Dilma concordou e agora os acertos serão feitos pelos serviços diplomáticos dos dois países.
Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.
Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.
Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) - no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor's retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.Terra

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