quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

DILMA ROUSSEFF

Artigo escrito por Inocêncio Uchôa - Juiz Federal do Trabalho aposentado e advogado - Doutorando na Universidade de Salamanca-Espanha no jornal O POVO, dia 27 Set 2008, intitulado PEDRAS na seção Opinião.
Recente matéria jornalística referiu-se à Ministra Dilma Roussef como "assaltante de banco", uma anterior insinuava-a como "homossexual", e outras buscam tratá-la sistematicamente como "delinqüente".
Esse filme já foi intensamente visto no país, logo que Luiz Inácio Lula da Silva começou a projetar-se no cenário político para além da condição de líder sindical, fundando e presidindo a Central Única dos Trabalhadores e o Partido dos Trabalhadores, elegendo-se deputado federal com a então maior votação da história (650 mil votos), passando à condição de candidato ao Palácio do Planalto, e, posteriormente, na condição de Presidente da República. Sofreu a mais sórdida campanha difamatória da história contemporânea nacional, uma avalanche de humilhações, injúrias, difamações, calúnias e outras inúmeras formas de atentados impossíveis de individualizar para efeito de defesa, posto que perpetrados diária e continuadamente através dos milhares e milhares de jornais, rádios e televisões corporativos existentes no país: ladrão, malandro, chefe de quadrilha de bandidos, beberrão e outros adjetivos, muitos impublicáveis. Quem não se lembra?
Agora é a vez da Dilma Roussef, que no comando de um programa de investimentos infra-estruturais (PAC-Plano de Aceleração do Crescimento) orçado em R$-504 bilhões, vem realizando um desenvolvimento inédito no país por sua horizontalidade e não verticalidade, já que em lugar de beneficiar apenas as empresas, como no passado, também permite ao trabalhador receber sua parte nos resultados desse processo. Não é à toa que nos últimos anos mais de 10 milhões de pessoas mudaram de faixa de renda, milhões de pessoas saíram da indigência ou deixaram de passar fome, mais de 13 milhões de empregos foram criados com carteira de trabalho assinada (afora os milhares e milhares de vínculos administrativos com as administrações públicas), milhões de oportunidades foram criadas na agricultura familiar e no agro-negócio, pelas diversas linhas de micro-crédito facilitado, ou pelas facilidades disponibilizadas ao empreendedorismo.
Esse inédito e favorável ambiente econômico fortalece a imagem do governo Lula e de seus principais dirigentes, entre elas a Ministra Dilma Roussef, que, por isso, passa a ser alvo das mesmas humilhações assacadas contra Lula da Silva, mesmo sabendo os seus detratores, que as ações políticas da brava juventude da qual fez parte, tiveram como motivo o heróico esforço cívico de combate à ditadura militar que se impusera ao país de forma violenta e ilegítima, não sendo lícito buscar nivelar essa juventude aos criminosos que se movem em razão de interesses escusos. Afinal, dessa luta resultou a democracia em que hoje podemos viver.
Resta saber se os detratores de hoje também lutarão desesperadamente para gravar em seus próximos cartazes de campanha o rosto sereno e firme da presidente Dilma Roussef, como despudoradamente o fazem nesta eleição a grande maioria dos antigos detratores do presidente Lula da Silva, apoiadores de governos desastrosos e anti-nacionais, e viúvos de líderes de cujos rostos renegam ou procuram distanciar-se.

Governo quer aumentar investimentos
no Norte e Nordeste

Governo quer aumentar investimentos no Norte e Nordeste. Informação é do ministro José Múcio, que pediu aos governadores que os Estados e municípios façam sua parte - Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Na abertura do encontro com governadores do Norte e Nordeste, no Palácio do Planalto, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, apresentou a intenção do governo federal de aumentar os investimentos na região e agilizar as obras de infraestrutura. Mas pediu aos governadores que os Estados e municípios façam a sua parte. "Não há dúvida que avançamos muito depois de anos de descaso", disse Múcio. "Mas o presidente Lula, ao analisar os dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) nos deu a ordem de construir uma grande estratégia para o Nordeste e a Amazônia Legal", afirmou. Os resultados da última Pnad e de pesquisas anteriores mostram, que apesar das duas regiões terem sido as que mais avançaram nos últimos anos, ambas ainda estão muito atrás das demais áreas do País em temas como mortalidade infantil, analfabetismo, pobreza extrema, baixo registro civil e acesso a saneamento básico, entre outros indicadores sociais. "Precisamos de um pacto para romper esse processo de desigualdade. Para isso precisamos medi-la e superá-la", disse a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. "Mas daqui de Brasília não podemos superar essas dificuldades, é na ponta que essas questões se resolvem", ressaltou. Na abertura, pela manhã, estavam presentes 10 governadores e sete ministros. Além de Múcio e Dilma, Fernando Haddad, da Educação, José Gomes Temporão, da Saúde, Paulo Vanucchi, dos Direitos Humanos, Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, e Mangabeira Unger, da Secretaria de Ações Estratégicas. A reunião continuará durante toda a tarde, com apresentações de todos os ministros. O presidente Luiz Inácio Lula da SIlva encerra o encontro no final da tarde. Postado por Jussara Seixas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Anos rebeldes, que saudade daquele tempo!
http://br.youtube.com/watch?v=qg-DxN9vqwo&feature=related

Anos rebeldes, que saudade daquele tempo!!!
Foi um acaso, se bem que dizem que acaso mesmo não existe. Em meio ao trabalho, ao produzir os dizeres de uma placa comemorativa, para um colégio que vai ser inaugurado na próxima semana, e é a primeira obra do PAC, entregue no Rio de Janeiro, nem sei porque, o gerente que me atendia, em determinado momento, me ouviu falar que fui militante nos anos rebeldes. O tempo voltou, rapidamente, na minha cabeça, como um cometa alucinado. Falei do ex namorado que sumiu, depois que se engajou no MR8. Por alguns minutos, o filme daquela época, rodou e eu me vi com menos de 20 anos.
Contive a emoção, segui com as tarefas, voltei pra casa, cozinhei, jantei, assisti ao jornal Nacional, à novela que transmite as imagens da cultura indiana, escondi para debaixo do meu tapete de sensibilidade aquela coisinha estúpida ( pensei que fosse) que teimava me atormentar.
Fui para o computador, verifiquei que haviam publicado um artigo meu no site do Observatório da Imprensa, uma análise dos campeões de audiência da semana em que se iniciou a era Obama. Afinal , o relógio correu, passei dos cinquenta e tantos, o mundo mudou, casei, descasei, tive um filho, ele já tem mais de 30 anos.
E novamente, a tal nostalgia me pegou. Recordei as noites em que dancei e cantei "não confie em ninguém com mais de 30 anos", no final dos anos 60, imaginando que minha geração podia reformar o mundo e consertar o que estivesse torto na humanidade. Além da militância política, havia a causa hippie, pregando Paz e Amor, éramos um bando de sonhadores, lutadores, corajosos jovens que se conscientizavam da necessidade de lutar, protestar e concorrer para a mudança social, conquista de liberdade democrática, sede de justiça, e um arrazoado sem fim de propostas voltadas para uma sociedade mais justa e igualitária.
Foi-se o tempo, foram-se muitos anéis, mas sobraram muitos dedos, e ainda estamos aí, de alguma forma, construindo escolas, urbanizando favelas, negociando espaços para políticas sociais corretas e progressistas. Os que tombaram em prol desses ideais, não o fizeram em vão. Há, por parte das gerações seguintes, um furor tecnológico e consumista capaz de impulsionar novos sonhos.
A sensação de que há muito a fazer, e de que estamos ainda no meio do caminho, espetou-me durante horas. Desisti de entrar no msn e bater papo com amigos, o que normalmente faço no final da noite, antes de ir dormir. O sono não chegava ( começo agora a sentir sinais dele), e eu me perguntei onde buscar reviver aquele fôlego da juventude diante do futuro sonhado.
Coisa braba esse negócio de memorizar e tornar a sentir o que se passou conosco há tanto tempo atrás. Mania freudiana, voltar às lembranças, reatar os laços do inconsciente, trazer para o consciente, verbalizar sentimentos antigos, ultrapassar dores, sorrir com as alegrias que permanecem vivas na lembrança e seguir em frente.
Pois é o que faço agora. Sigo em frente, fico feliz em ver a nova escola, reaproveitamento de uma unidade militar do exército, desativada, que vai virar um pólo cultural numa zona extremamente carente de recursos e quase sem acesso à modernidade. Isso é saudável, é gratificante, é enriquecedor, me conforta.
Os anos rebeldes se transformaram em anos transparentes. Os ponteiros marcam a corrida louca do tempo que não pára, mas a saudade não me faz prisioneira do passado. Ajeito-me dentro de mim mesma, reconsidero o relicário de histórias que posso contar, minhas e dos meus contemporâneos, volto meus olhos para meus projetos pessoais, que incluem viagens, estudo de línguas que não domino ainda, produção de livros, voltar a dançar, visitar gente que não vejo há muito tempo, caminhar na pista Claudio Coutinho, respirar fundo, olhar o mar, sentir o vento, fixar nas retinas aquele céu azul, comer pipoca, tomar água de côco, contemplar a garotada correndo na praça, atender o telefone, e dizer: -Alô, meu Amor, ainda bem que você me ligou, pois eu já estava pensando que tinha ficado sozinha na Terra.
Aí, percebo que posso superar a nostalgia dos anos rebeldes, pois há um fórum social acontecendo no Pará, as pessoas se reunem e postulam mudanças, exigem respeitos para as minorias, para os diferentes, a democracia amadurece, meu país avança, meu povo se reorganiza como pode diariamente, e apesar dos pesares, com é bom fazer parte de tão embolado enredo. Imaginem se eu não tivesse histórias para contar, ou pior, se nós não tivéssemos vivido tudo isso para testemunhar agora?
Dou-me por satisfeita, aliás, deixo-me invadir pela felicidade de ter saudade daquele tempo e poder compartilhá-la com algum amigo fiel, alguma leitora atenta, algum parceiro desavisado, alguma companheira de luta, e tanta gente capaz de enfrentar a dureza da vida com a meiguice da prontidão que guarda o amanhã de nós todos. Melhor de tudo é fazer parte do clã dos nostálgicos que vão buscar forças nos próprios exemplos, visando reconstruir seu caminho enquanto se constróem novas escolas.
Aparecida Torneros

Vendedor de Bananas disse...

ontem, dia em que Lula e Dilma pousaram no pacaembu, o museu do futebol começou a distribuir um encarte com um texto do Serra, numa clara propaganda eleitoral antecipada.
(o folheto esta no meu blog:
http://vendedordebananas.blogspot.com/2009/01/afinal-o-que-e-o-museu-do-futebol.html)
saudações Dilmistas