O Diretório Nacional do PT aprovou na terça-feira (10) resolução política contendo uma análise da crise econômica internacional, das condições criadas pelo governo Lula para enfrentar seus efeitos no Brasil e de como essa nova realidade irá influenciar o debate em torno da sucessão presidencial em 2010. Segundo o documento, a crise abre uma oportunidade para o aprofundamento das mudanças em direção a um novo modelo de desenvolvimento e coloca em evidência a oposição que há entre o projeto petista de país e o modelo neoliberal falido, cujos principais ideólogos e propagandistas no país são o PSDB e o DEM.Como aponta a resolução do Diretório Nacional petista, “A economia neoliberal se caracterizou por um novo processo de concentração de renda nas camadas mais ricas e pelo estímulo ao consumo das camadas mais pobres e das classes médias através do sistema financeiro, que lhes emprestava recursos impagáveis; por deixar a regulação da economia nas mãos dos agentes privados do mercado, em especial os grandes bancos, as grandes corporações e os grandes especuladores; pelo enfraquecimento do papel do Estado, retirando-se da regulação da economia e dos investimentos produtivos e sociais; pela onda de privatizações que pôs em mãos privadas setores estratégicos da economia; pela imposição da liberdade de comércio internacional, ao mesmo tempo em que se mantinham medidas protecionistas no território dos países mais ricos.” Não é mera coincidência que este tenha sido justamente o receituário aplicado no desgoverno FHC. A crença no livre mercado e na necessidade de enfraquecimento do Estado conduziram o país ao quadro encontrado por Lula e as forças progressistas de seu governo em 2002. Como clama a resolução, a esquerda deve, nesse momento de transição de um modelo esgotado, representado pela direita conservadora brasileira, pelo projeto demo-tucano, defendam um modelo alternativo, e principalmente, o modelo conduzido pelo presidente Lula nesses 8 anos e administrado pela nossa futura presidente Dilma.
Seguindo ainda a resolução, “As medidas adotadas pelo Governo Lula para enfrentar a crise estão no rumo certo: mais investimento público, mais mercado interno, mais Estado e mais integração continental. É o caso da redução da vulnerabilidade externa da economia, da criação de bases sólidas para a elevação do ritmo de crescimento econômico, da consolidação da estabilidade macroeconômica e dos significativos avanços na distribuição da renda e na ampliação do mercado interno, mediante o aumento do emprego, a elevação do salário real e os programas de transferência de renda. Embora tudo isso não impeça, principalmente em uma economia mundial globalizada e desregulamentada como a atual, que sejamos afetados pela crise, sem dúvida aumenta nossa capacidade de absorção de seus efeitos e cria condições favoráveis para uma subseqüente retomada do crescimento.” Temos que ser capazes de contrapor esses avanços com os desmandos do governo anterior. A conjuntura atual, apesar de trazer desafios, está sendo enfrentada de forma adequada pelo governo. Devemos ser capazes de apresentar que Dilma em 2010 será a única capaz de dar continuidade a esse novo modelo, de continuar a inserção soberana do país em um momento de transição da falência do livre-mercado para um mundo regulado e com mais justiça social.

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