segunda-feira, 16 de março de 2009

Licitações devem contar com transferência de tecnologia, diz Dilma


O repórter Patrick Brock acompanhou a palestra da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff:

Estradas, ferrovias, linhas de transmissão, refinarias e casas populares: essa é a linha de frente do governo brasileiro para combater a crise financeira internacional. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu que a crise atingiu o Brasil no quarto trimestre de 2008, mas argumentou que a estabilidade macroeconômica e a presente política fiscal do governo permitirão ao país colher oportunidades em meio à crise. Devido à boa capitalização de seu sistema bancário, “o Brasil é parte da solução e não do problema”. Um aspecto importante dos planos do governo é a transferência de tecnologia, e a ministra disse que algumas das licitações devem incluir cláusula de participação da indústria nacional e também de transferência de tecnologia. No plano econômico, o clima é otimista. “Todos os sinais são de recuperação”, disse Rousseff, que não prevê recessão no Brasil este ano. A ministra citou a expansão da classe média no Brasil e a consequente inclusão dessa parcela da população no mercado de consumo como um fator importante para a manutenção do presente quadro de forte demanda doméstica. A expectativa do governo é de continuidade da expansão do emprego formal, especialmente com os gastos do Programa de Aceleração do Crescimento, avaliado em US$ 488,6 bilhões.

A maior parte dos investimentos previstos pelo governo no PAC são em infra-estrutura básica. A ministra enfatizou obras como a transposição do Rio São Francisco, comparando-a com o projeto de regularização das cheias do Rio Mississippi. Segundo os planos detalhados por Rousseff, o governo planeja diversas licitações no setor ferroviário, a exemplo da Norte –Sul, no centro do país, que deve receber US$ 2,8 bilhões para reformar seus 1.533 quilômetros e, posteriormente, será licitada para uma concessão de 30 anos. Outro projeto na área ferroviária é o do trem-bala entre o Rio de Janeiro e o Aeroporto de Campinas, que segundo a ministra deve se tornar “o grande hub aeroportuário brasileiro”. O governo também espera realizar ainda este ano licitações para dragagem e manutenção de 17 portos do país, além dos já anunciados investimentos em hidrelétricas e refinarias, com o objetivo de manter o perfil renovável da matriz energética nacional e também para criar a infra-estrutura necessária à exportação de produtos petrolíferos refinados. Outra menina dos olhos do governo é o programa habitacional do governo, que espera atender à população com renda de 0 a 10 salários mínimos. Fonte: The Wall Street Journal.

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