terça-feira, 28 de abril de 2009

Dilma diz que não teme possíveis críticas sobre exploração eleitoral da doença

O Globo: MANAUS (AM) e RIO BRANCO (AC) - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse nesta terça-feira não temer críticas que possa vir a receber de seus opositores por exploração eleitoral de seu problema de saúde. Em Manaus, Dilma disse que seria de mau gosto tirar vantagem do seu quadro clínico. A ministra luta contra um câncer linfático.
- Não vi, até agora, nenhuma conduta exploratória de parte de ninguém. O tratamento está bastante respeitoso. Mas seria de muito mau gosto tentar, de uma forma ou de outra, explorar no sentido negativo ou no sentido positivo, a doença - afirmou a ministra, que participou de um evento de mais de cinco horas na Assembleia Legislativa do estado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou a possibilidade de exploração política da doença de Dilma. Ele declarou que não sabe "como alguém pode explorar um problema de saúde" . Lula voltou a afirmar que o problema de saúde de Dilma não é grave e classificou como admirável a forma como a ministra está encarando o tratamento. ( Ouça o que disse Lula ) Lula também disse que não concorda com a avaliação do assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, que a doença vai reforçar a candidatura da ministra . Para Lula, a opinião é equivocada.
- Eu sinceramente não posso imaginar como é que alguém sai fortalecido porque teve um câncer. E só estou desejando a recuperação da Dilma. Ela certamente não tem nada mais, o câncer já foi tirado, é só um tratamento preventivo graças a Deus.

Elogios de políticos e apoio dos amazonenses - Em discursos, vários políticos fizeram elogios a Dilma. No final, em entrevista coletiva, ela falou sobre a doença. A ministra disse ter certeza que irá superar o problema de saúde.
- A gente passa um tempo torcendo para aquilo não ser, né?! Até que te confirmam que aquilo é. E você tem que enfrentar. Fiquei 23 dias esperando e tinha dia que achava que era e dia que achava que não era. Até que chegou o resultado final. Tive apoio do presidente Lula e fiz a comunicação. Até porque isso não é bicho de sete cabeças. É só uma doença. E doença é um desafio e desafio a gente enfrenta, passa por cima e supera - disse.
A ministra agradeceu o apoio dos amazonenses e comentou que as pessoas que solidarizavam com ela sempre tinham casos de conhecidos que tiveram o mesmo problema e melhoraram.
- É um problema de milhares de brasileiros anônimos. As pessoas dão muita força prá gente nas ruas. Há uma solidariedade muito grande do povo brasileiro. É muito reconfortante. Tenho certeza que é um desafio que vou superar.
Dilma afirmou que recebe apoio de homens e mulheres, mas que são manifestações diferentes.
- As mulheres se aproximam mais, são muito amigas, amigáveis. Os homens, de outra forma, mais masculina, mais distante, mas também muito solidários.
Na segunda-feira, Lula apareceu pela primeira vez em público ao lado de Dilma , depois que a ministra anunciou estar em tratamento contra o linfoma, e não perdeu a oportunidade de falar da doença. ( Lucia Hippolito: O primeiro teste de palanque ) Lula disse que a prioridade zero, agora, é cuidar da saúde da ministra, mas, apesar da gravidade da doença, disse que Dilma "não tem nada", que a quimioterapia é um tratamento preventivo e que ela continua sendo sua candidata ao Planalto. Ao finalizar o discurso, Lula pediu aos populares que rezassem por ela. ( Confira a repercussão entre os políticos )

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