"Nasci dia 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte. Com meus irmãos (Igor, 62 anos, e Zana Lívia, já falecida), nadava no Minas Tênis e subia em árvores: tínhamos jabuticaba, fruta da minha mãe, e pera, do meu pai (o empresário Pedro Rousseff, já falecido). Ele era socialista, não tinha religião, mas, quando eu disse que queria fazer primeira comunhão, me levou para o Sion, escola de freiras que promovia ações sociais no morro do Papagaio. Dias antes do golpe de 1964, entrei no Estadual de Minas Gerais, um colégio efervescente. Ia a passeatas, via o Teatro Opinião encenar Arena Conta Zumbi, uma ode aos direitos dos oprimidos. Aos 16, ingressei na Polop (a organização Política Operária). Lia obras do Celso Furtado, considerado subversivo, e assistia aos filmes do Glauber Rocha, com ele na plateia. Guardo memórias boas, como conviver com Milton Nascimento – para mim, Bituca – e Márcio Borges, parceiro dele. Na casa do Marcinho começou o Clube da Esquina. Ele e eu roubávamos lanche da geladeira da minha mãe... Mas outro dia achei estranho: encontrei Bituca no aeroporto de Porto Alegre, e ele não me reconheceu.
O AMIGO Márcio Borges, 62 anos, gargalhou ao saber que Dilma se lembra dos assaltos à geladeira. “Buscávamos comida e bebida para que nossas festas durassem uma semana”, diz. “Ela era a líder mais brilhante, tinha uma coragem surpreendente, pagou o ideal com as dores do corpo. Fiquei arrasado ao ver, em 1968, cartazes com a foto dela e a palavra ‘Procurada’. Quando ressurgiu na TV como pessoa pública, gritei: ‘É a Dilma, a minha Dilma! Minha candidata desde os 20 anos’.”Fonte: Revista Cláudia.
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