- Dependendo de como ela vai lidar com a doença, a ministra pode agregar uma empatia do eleitor à sua figura. Basta ela tratar esse problema com discrição, vide o que aconteceu com o vice-presidente José Alencar, muito mais popular por conta da luta contra essa doença - analisa o professor de Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Abrúcio.
Com a ressalva de que se trata de uma questão que fugiu ao controle da ministra, Abrúcio avalia que a forma como ela lidará com o linfoma pode se transformar, involuntariamente, num favorável marketing político. Segundo ele, considerando o prognóstico otimista da equipe médica, o eleitor brasileiro tem simpatia por histórias de superação. (Leia mais: Saiba mais sobre os linfomas) Para o professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano, o eleitor tende a se compadecer com pessoas nessa situação, mas, ao mesmo tempo, ele acredita que a luta contra a doença pode enfraquecê-la no que diz respeito às atividades do dia-a-dia.
- Ela passará por quimioterapia e esse é um período difícil na vida de qualquer paciente, ainda mais no caso dela, que tem como obrigação viajar por todo o país - avalia Romano, para quem a doença não deve refletir negativamente na trajetória política de Dilma, já que não é mais vista como uma "sentença de morte". Ele ainda levanta outro tema que há tempos transformou-se em batalha política para Dilma.
- A Dilma não é vista com bons olhos por parte do PT, e isso pode fazer ressurgir a discussão pelo terceiro mandato de Lula - disse ele, que não acredita no uso político da doença por parte de oposicionistas. - Acredito que, nesses casos, a ética ainda prevalece.
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