terça-feira, 5 de maio de 2009

Ombusdman da Folha critica explicação sobre suposta ficha de Dilma Rousseff

Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA

O ombusdman do jornal Folha de S.Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, disse que está insatisfeito, assim como muitos leitores, com a reportagem em que o diáiro reconhece erros por publicar suposta ficha da ministra Dilma Rousseff do período da ditadura. "Recebi 77 mensagens de 55 leitores sobre a reportagem (...) Nenhum se satisfez com as explicações. Nem eu", declarou em texto publicado na edição do último domingo (3).

Divulgação
Carlos E. Lins da Silva
Lins da Silva frizou que a resposta, à exemplo da reportagem original, deveria ter saído na primeira página e lembrou aos jornalistas do diário que o "Manual de Redação da Folha" prevê a "identificação da fonte que lhe passe a informação errada, o que não se fez nesse caso".

Apontou, ainda, que a equipe de reportagem mostrou-se desinformada por não saber que a suposta ficha sobre a atual ministra chefe da Casa Civil era conhecida há tempos por internautas. "Nenhum jornalista envolvido (...) sabia que ficha circulava pela Internet, o que revela incrível desinformação de jornalistas especializados.

Apuração encerrada! Na opinião de Lins da Silva, o diário peca ao dar por encerrada as investigações sobre o fato. "O pior é a Redação dizer que encerrou a apuração desse episódio seríssimo e não acha necessário rever procedimentos de checagem de informação", escreveu em trecho do artigo intitulado "Até ver se a ficha cai". Por fim, Lins da Silva lembrou do caso Memogate, em que a rede de TV norte-americana CBS constituiu uma comissão independente para apurar o que houve. Ele recorda que a investigação levou a um relatório que foi apresentado à opinião pública e acabou por gerar ampla revisão de procedimentos internos da Redação e demissão de uma produtora, além de um pedido desculpas à audiência. "Sugiro que a Folha faça o mesmo", indicou.

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