Os valores da Bolsa e da aposentadoria são irrisórios mas permitiram uma estabilidade de ganhos. O que caracteriza a renda dos muito pobres, além do pequeno valor, é a inconstância do recebimento. Como não estão no mercado formal, dependem de bicos. Essa instabilidade impedia qualquer forma de comprometimento de renda com crédito. A Bolsa Família e a melhora nos benefícios da Previdência forneceram esse colchão mínimo. Com isso, a baixa renda pode ir às compras - a maior parte dos gastos, aliás, em alimentos e produtos de limpeza, mas parte em bens de consumo durável. O segundo ponto é a inclusão dos miseráveis no mercado de trabalho. Também aí há uma incompreensão do que seja a miséria absoluta. E reflete a visão preconceituosa de que a miséria é fruto da vagabundagem.
A miséria absoluta é uma questão cultural. O sujeito vive na miséria porque aprendeu a viver apenas na miséria. Não tem noção do que seja sair da miséria. Aceita a condição como se fosse uma inevitabilidade. O Bolsa investe em portas de saída do programa. A parceria com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) mostra isso. Mas não se esperem resultados auspiciosos com os miseráveis. O máximo que se conseguirá, apertando as condicionalidades de colocar os filhos na escola, será salvar dessa tragédia a geração dos filhos. Portanto espere-se da Bolsa Família o que ela pode dar: impedir a fome (só isso já seria suficiente para legitima-la); impedir a desagregação familiar; estimular a matrícula das crianças na escola. A consolidação final do Bolsa Família será transformá-la em um ativo do Estado, do atual estágio da civilização brasileira e não um feito pessoal do governo Lula. Caso contrário, se entrar outro partido no poder, a tentação será “refundar” o Brasil. Essa é a verdadeira tragédia brasileira, praticada por todos os partidos independentemente de escolaridade.
A miséria absoluta é uma questão cultural. O sujeito vive na miséria porque aprendeu a viver apenas na miséria. Não tem noção do que seja sair da miséria. Aceita a condição como se fosse uma inevitabilidade. O Bolsa investe em portas de saída do programa. A parceria com a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) mostra isso. Mas não se esperem resultados auspiciosos com os miseráveis. O máximo que se conseguirá, apertando as condicionalidades de colocar os filhos na escola, será salvar dessa tragédia a geração dos filhos. Portanto espere-se da Bolsa Família o que ela pode dar: impedir a fome (só isso já seria suficiente para legitima-la); impedir a desagregação familiar; estimular a matrícula das crianças na escola. A consolidação final do Bolsa Família será transformá-la em um ativo do Estado, do atual estágio da civilização brasileira e não um feito pessoal do governo Lula. Caso contrário, se entrar outro partido no poder, a tentação será “refundar” o Brasil. Essa é a verdadeira tragédia brasileira, praticada por todos os partidos independentemente de escolaridade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário