ABC REPORTER: A ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT) está fazendo visitas em várias cidades para divulgar o nome da ministra Dilma Rousseff como pré-candidata a presidência. Ontem ela esteve com o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT). Ela avalia que a força do presidente Lula é capaz de definir as eleições, mas também diz que a campanha da Dilma sofrerá ataques “violentos". Ela concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Walter Estevam Jr, que vai ao ar hoje às 22 horas na Rede Nova Geração de Televisão (canal 48 UHF) e na EcoTv (Net, canal 9 e 96).
ABC REPÓRTER - A senhora tem visitado cidades divulgando o nome da ministra Dilma Rousseff como pré-candidata... Marta Suplicy - Estou fazendo isso mesmo no interior e na região metropolitana. È importante que se comece isso, porque muita coisa tem que ser falada da ministra Dilma, não só da sua competência, mas também da sensibilidade que o Lula teve na escolha. Ele teve percepção da importância de escolher uma mulher, uma pessoa que acompanhou todo o governo e é hoje a pessoa que mais sabe do governo. E depois na escolha de uma pessoa que não fosse igual a ele. A figura da Dilma tem duas coisas; uma que é a garantia da continuidade e do aprimoramento, a outra e a mais importante, é que é diferente, é mulher, portanto tem outra sensibilidade, tem outra formação, tem outro preparo, isso é rico para o país.
REPÓRTER - Marta, você estava bem na prefeitura e isso não refletiu votos, pode acontecer igual com a Dilma? Marta - No meu caso foi uma desconstrução muito violenta de tudo que eu fazia e nós não tínhamos muitos instrumentos de combater isso, tanto é que um governo bom deu lugar a um governo que se mostrou extremamente medíocre e ainda ganhou depois. Mas São Paulo não é o Brasil. O estado tem dois jornais poderosos e muito contrários ao PT, e ao mesmo tempo, uma população conservadora e o Brasil não é assim.
REPÓRTER - Quem assume uma cidade, tem a caneta para fazer e não consegue, fica frustrado? Marta - Não sei, eu fiz tudo, tive um grande apoio do Rui Falcão na Câmara. Fiz os 21 CEUS que estavam planejados, fiz o bilhete único, fiz o maior programa de renda mínima em uma cidade. Fazer tudo tem um preço alto, e eu acho que perdi a eleição por isso. Acho que devia ter planejado para fazer em 8 anos. REPÓRTER - Nunca nenhum prefeito me disse ter feito tudo que tinha planejado... Marta - Fiz o que queria fazer, e eu tive também uma equipe muito boa e unida, que enfrentou uma oposição forte. REPÓRTER - O custo de alianças não é alto demais? Marta - Isso é uma tristeza, o candidato é eleito com um programa e depois tem que fazer acomodações difíceis. Isso só muda quando tivermos um presidente com bancada que lhe permita governar.
REPÓRTER - A senhora sai candidata em 2010? Marta - Vou ser candidata em 2010, mas temos três possibilidades, governo, senado e deputada federal. Para o governo eu estou apoiando o Palocci, então eu tenho que aguardar depois dele ter a possibilidade aberta, se ele não for, vou ter que avaliar, vamos ter que ver conjuntura. O meu desejo pessoal é estar onde eu possa ajudar mais a candidatura da Dilma. O que muda país é a presidência da República e eu não quero que o que foi conquistado vá para o brejo. REPÓRTER - O projeto dos Céus dá para espalhar para todo o estado? Marta - Céu não é apenas uma questão de educação, é um instrumento de inclusão social por isso a importância dele num estado com a arrecadação como a de São Paulo, um estado rico com bolsões enormes de pobreza, então se propõe o Céu para levar a população teatro e cultura. Na cidade é instrumento precioso porque temos regiões com desemprego e com violência e agregado a programa de renda, e educa realmente. REPÓRTER - Como foi a sua visita ontem ao prefeito Oswaldo Dias? Marta - Administramos cidades vizinhas ao mesmo tempo e tivemos a experiência de pegar prefeituras dilapidadas para reerguê-las. Tivemos muito o que conversar. Também já falei com o ministro da Saúde (José Gomes Temporão) e comentamos a situação do Nardini. Ele falou de sua disposição de ajudar a cidade.
Um comentário:
Acho que para a Marta e para o PT seria ótimo se ela se candidatasse à Câmara dos Deputados.
É uma boa política, porém injustiçada.
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