O POVO: No primeiro compromisso de ontem em Fortaleza, iniciado por volta das 10 da manhã, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), abriu o pacote de boas notícias e gentilezas para o Estado, anunciando a ampliação de R$ 2,9 bilhões nos recursos previstos para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Ceará. O balanço do PAC no Estado, contudo, não foi só flores para a ministra-pré-candidata. Apresentando o índice de 18% de recursos executados, em relação aos valores previstos para o período 2007-2010 no Estado, Dilma adiantou-se na defesa contra críticas de atraso. Com o novo aporte de recursos, os investimentos chegam a R$ 47,5 bilhões - valor que engloba obras exclusivas e regionais, e verbas referentes ao período 2007-2013. De acordo com o novo quadro do PAC, o Ceará vai receber, em investimentos do Governo Federal destinados exclusivamente para o Estado, R$ 14,5 bilhões no período 2007-2010 e mais R$ 22,9 bilhões nos quatro anos seguintes. Já em projetos de alcance regional, com obras em território cearense, serão injetados outros R$ 9,7 bilhões até o próximo ano e mais R$ 346,4 milhões nos quatro anos seguintes. O governador, Cid Gomes (PSB), também apresentou breve balanço dos investimentos do Estado em obras do PAC. Segundo Cid, são cerca de R$ 2,7 bilhões em convênios firmados entre Estado e União, dos quais 20,79% estão empenhados atualmente - ou seja, o dinheiro já foi liberado, mas não necessariamente utilizado. Ele afirmou que a meta é dobrar o percentual até o final do ano e “chegar muito próximo a 100%” em 2010.
Na defensiva - Dilma afirmou que o Governo Federal está disposto a implantar o segundo turno de trabalho para agilizar o andamento de obras, mas rebateu o que o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, chamou de “insistência” da mídia no atraso do PAC. Dilma comentou a declaração do ministro, que chamara as críticas de “ladainha”. “Eu não acho que é ladainha não, acho que é pior, acho que tem viés”, disse a ministra, durante entrevista coletiva após o balanço do PAC. “O viés é seguinte: é o fato de que não se faz uma crítica considerando a situação existente nem a situação do País. Tudo se passa como se nós fôssemos a Suíça”, acrescentou. A ministra também rechaçou a pecha de que o PAC seria apenas uma “lista de obras”, uma “obra de publicidade” ou simples “pirotecnia”. Ela aproveitou a fala de Cid Gomes - que disse, minutos antes, que “a máquina pública estava enferrujada” e que agora estaria “começando a se azeitar” - e afirmou que “o PAC colocou os investimentos na ordem do dia”. “Em 2005, ninguém falava em investimentos no Brasil nesses montantes”. Para Dilma, o PAC tem hoje “um nível e um ritmo que não tinha no começo”. Apesar de não ter sido tão veemente quanto o ministro da Integração Nacional - que afirmou que “as obras estão andando dentro do cronograma, se não além” - ela se disse otimista. “Esse otimismo combina-se com certa insatisfação que faz com que a gente impulsione sistematicamente as obras”.
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