quinta-feira, 30 de julho de 2009

Senador do PSDB fala em "grande golpe"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Único dos 13 senadores tucanos a defender publicamente o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Papaléo Paes, também senador pelo Amapá, diz que Sarney não pode ser condenado por ter empregado parentes.
(ANDREZA MATAIS)
FOLHA - Ainda é possível defender Sarney?
PAPALÉO PAES - O julgamento político, pelo que conheço da história, sempre cometeu muitas injustiças. Essa questão de afastar... Ele foi eleito democraticamente. Para mim, seria um grande golpe. Não vou ficar calado.FOLHA - As conversas em que a família negocia emprego no Senado agravam a situação?
PAES - Se acontecesse um negócio desse com minha filha, eu preferia morrer. É uma filha ligando para um pai para fazer um pedido. Como pai eu poderia até não gostar, mas na hora não iria dizer não para ela. Essa questão poderia ser deixada de lado, pela maneira como ele foi envolvido na situação.
FOLHA - O sr. acha que a negociação do cargo foi correta?
PAES - De repente pode ter um senador com boa amizade, boa simpatia, bom relacionamento, que tenha com quem possa falar, e ele vai falar mesmo, vai pedir pelos seus. Vai dizer: "Não deu, mas pedi". É assim. Cargo de confiança é cargo de confiança, os critérios técnicos são levados para o terceiro plano. É mais importante, em determinadas situações, ter-se alguém de confiança do que um técnico inconfiável.
FOLHA - Isso não é tráfico de influência?
PAES - Traficar influência sem corrupção ocorre o tempo todo numa Casa política.
É golpe sim, mas o golpe é contra o presidente Lula, é contra a governabilidade, a democracia, é golpe contra o povo. É a cúpula tucana comandada por Serra aliada a mídia, jogando para o tudo ou nada. Entendeu senador Mercadante, entendeu senador Suplicy?

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