Até algumas semanas atrás, antes de sairem as últimas pesquisas eleitorais sobre a sucessão presidencial, o quadro de candidatos parecia definido, limitado a apenas dois: Serra pela oposição e Dilma pelo governo.Favorito em todos os cenários desde a primeira pesquisa, o governador paulista José Serra dependia apenas de um acerto com o governador mineiro Aécio Neves, que insistia nas prévias, para colocar seu bloco na rua.Apoiada vigorosamente pelo presidente Lula, Dilma tornou-se a candidata do PT e dos partidos aliados, e só não será a candidata do governo por razões de saúde, possibilidade cada vez mais remota de acordo com os últimos boletins médicos.As pesquisas mais recentes, no entanto, acenderam um sinal amarelo neste quadro que parecia cristalizado. Com Dilma subindo e Serra caindo, a diferença entre os dois diminuiu consideravelmente, não dando a ninguém certeza sobre o desfecho da disputa presidencial.Talvez por isso tenham surgido nas últimas semanas muitas conversas em diferentes ambientes, tanto do governo como da oposição, de que a candidatura de Serra a presidente já não é tão irreversível como parecia no começo do ano.Agora, mais do que nunca, o destino de Serra estará na dependência das próximas pesquisas, especialmente no começo do próximo ano. A se manter a atual tendência, as coisas ainda podem mudar para o lado da oposição.Quem conhece bem o governador Serra argumenta que ele só será candidato se tiver absoluta certeza da vitória na corrida presidencial e o partido unido em torno dele. Na dúvida, poderá optar por se candidatar à reeleição em São Paulo, com a vitória garantida, deixando o campo livre para outro candidato, ou seja, Aécio Neves.Lembram estes especialistas em Serra que foi exatamente o que aconteceu nas últimas eleições, quando ele também era o favorito nas pesquisas, mas abriu mão para se candidatar a governador de São Paulo, deixando para Geraldo Alkmin a tarefa e disputar a presidência com Lula, então candidato à reeleição.No meio destas conversas, surgiu outro fato novo chamado Ciro Gomes. O que de início parecia rematado absurdo, a candidatura dele ao governo de São Paulo numa ampla aliança de oposição aos tucanos, a cada dia ganha mais espaço nas especulações sobre a disputa no maior colégio eleitoral do país.Sem qualquer possibilidade de vitória em São Paulo _ ao contrário, com seus vários nomes aparecendo atrás até de Paulo Maluf _ o PT poderia abrir mão da candidatura própria para fechar com Ciro.A princípio reticentes, tanto Ciro com os principais lídereres do PT paulista começam a cada dia a falar mais seriamente sobre a sua candidatura em São Paulo. Tudo vai depender, claro, da posição a ser adotada pelo presidente Lula e pela candidata Dilma, mas a opção Ciro já não pode ser descartada nem das pesquisas nem das análises sobre 2010.Por uma destas ironias da política, se as pesquisas viabilizarem a candidatura de Ciro, será mais um elemento a pesar na definição eleitoral de Serra, já que para setores da a tradicional elite paulistana a eleição paulista é mais importante do que a nacional.O Estadão, por exemplo, deixou isso bem claro em editorial, ao fechar questão na defesa da candidatura de Serra ao governo paulista e não à presidência, em 2006, para o tucanato não correr o risco de perder o poder no Estado que controla há mais de duas décadas.Uma nota publicada no Painel da Folha deste domingo, sob o título “Estalo 1″, dá uma pista sobre o que rola nos bastidores tucanos a 15 meses das eleições gerais:“Quem conhece bem Aécio Neves acredita que os novos elementos de seu discurso _ ênfase na unidade do PSDB, prodigalidade nos elogios a José Serra e interesse decrescente pelas prévias _ têm uma única explicação: pela primeira vez, o governador de Minas enxerga uma possibilidade real de o colega de São Paulo optar pela reeleição, abrindo caminho para sua candidatura a presidente”.Do alto das suas montanhas, como sabemos, os políticos mineiros costumam enxergar longe. Se a análise de Aécio estiver correta, não será de todo improvável que Serra e Ciro voltem a se enfrentar, desta vez nas eleições para governador de São Paulo. Até agora, o favorito absoluto é o ex-governador tucano Geraldo Alkmin.A única certeza neste momento é que, ao contrário do que pensa meu amigo Carlos Augusto Montenegro, o bruxo do Ibope, o cenário eleitoral de 2010 ainda não está definido.Se Dilma e Aécio vierem mesmo a ser os principais candidatos à sucessão presidencial, vai ser divertido tentar descobrir quem é da situação e quem é da oposição _ e quem é mais amigo do Lula… Leia mais aqui: http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/
Um comentário:
O Serra tá com medo da Dilma, pois ele tá certo, pois vamos eleger a Dilma no primeiro turno, não importa quem será o candidato do Psdbestas, é Dilma 2010, é Lula de novo.
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